Missão dada é missão cumprida. O Banco do Brasil (BBAS3) conseguiu alcançar uma promessa antiga no segundo trimestre deste ano. O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 7,803 bilhões, o que representa um forte aumento de 54,8% em relação ao mesmo período de 2021.
O resultado deixou no chinelo as projeções do mercado, que apontavam para um lucro de R$ 6,203 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
Mais do que isso: com uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROAE) de 20,6%, o Banco do Brasil enfim cumpriu o objetivo traçado pela instituição de se equiparar com os concorrentes privados.
O indicador de rentabilidade do Banco do Brasil superou o do Bradesco (18,1%) e ficou pouco abaixo de Santander Brasil e Itaú Unibanco, ambos com 20,8%.
Se compararmos apenas o lucro do segundo trimestre, o BB superou inclusive o Itaú. Mas essa não é a métrica ideal, já que as instituições possuem portes diferentes.
Banco do Brasil: mais crédito, mais margem, mais tudo
Em uma primeira análise, fica difícil apontar um número ruim no resultado. O Banco do Brasil manteve o pé no acelerador e registrou um aumento de 19,9% na carteira de crédito em relação a junho do ano passado, para R$ 919,5 bilhões.
Mas esse avanço nos financiamentos não veio acompanhado de um salto significativo da inadimplência, como se poderia esperar. O índice de calotes acima de 90 dias do banco encerrou o trimestre em 2%, o que representa uma alta de apenas 0,11 ponto percentual no trimestre.
O avanço do crédito contribuiu para um crescimento de 18,9% da margem financeira em relação aos meses de abril a junho do ano passado. A linha do balanço que inclui as receitas com a concessão de financiamentos, menos os custos de captação, somou R$ 17,056 bilhões.
Ao contrário dos concorrentes privados, as despesas com provisões do Banco do Brasil se mantiveram controladas e aumentaram apenas 2,3% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
Tarifas e despesas
O Banco do Brasil também conseguiu um bom resultado com as receitas com tarifas, que vinham sendo pressionadas com o aumento da concorrência no setor financeiro.
As receitas de prestação de serviços aumentaram 8,9% na comparação com o segundo trimestre de 2021 e atingiram R$ 7,8 bilhões.
O BB ainda fez um bom trabalho do lado das despesas, que cresceram 5,7% e ficaram abaixo da inflação acumulada dos últimos 12 meses, que superou os dois dígitos.
Leia também:
- Lucro do Itaú (ITUB4) aumenta 17% no segundo trimestre e supera projeções
- Pintou o sete! Bradesco (BBDC4) tem lucro de R$ 7,041 bi no segundo trimestre e supera projeções
- Banco do Brasil (BBAS3) e BB Mapfre criam plataforma digital para o agronegócio
Banco do Brasil revisa projeções (para cima)
Para quem ficou com dúvida se o Banco do Brasil vai conseguir sustentar os resultados nos próximos trimestres, a própria instituição traz uma pista.
Junto com o resultado, o BB revisou para cima as projeções (guidance) para o desempenho no ano. A estimativa para o lucro líquido passou para um intervalo entre R$ 27 bilhões e R$ 30 bilhões. A projeção anterior variava de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões.
O Banco do Brasil também elevou o guidance para o crescimento da carteira de crédito neste ano para até 16%. Por fim, o BB também espera um avanço maior na margem financeira e nas receitas de serviços. Tudo isso sem aumentar mais despesas, cuja estimativa de crescimento foi mantida em até 8%.
Vem dividendo aí!
Além do balanço, o Banco do Brasil anunciou a distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio no total de R$ 2,2 bilhões. Confira o valor por ação:
O Banco do Brasil pagará os proventos no dia 31 de agosto, com correção pela Selic, para quem tiver ações BBAS3 em 22 de agosto. Ou seja, os papéis serão negociados ex-dividendos a partir do dia 23.