A corrida espacial dos bilionários ganhou um novo desdobramento aqui na Terra após o fundador da Amazon e da empresa interplanetária Blue Origin, Jeff Bezos, entrar com um processo contra a Nasa (agência espacial dos EUA).
O bilionário tomou a decisão após a agência ter assinado contrato com a Space X, de seu rival Elon Musk, para a construção de um sistema de pouso na Lua.
O objetivo do projeto é possibilitar que astronautas retornem ao satélite até 2024, em uma missão que não ocorre há mais de 50 anos, quando o contexto da corrida espacial era a Guerra Fria.
O problema é que, assim como o CEO da Tesla, Jeff Bezos também havia apresentado uma proposta para fazer parte da construção, que foi negada. Ainda que a princípio o interesse da agência espacial fosse contar com a participação das duas empresas para que competissem entre si, a ideia mudou de rota em razão da falta de recursos da Nasa.
Os detalhes do processo não foram publicados pois os documentos são sigilosos, porém a Blue Origin esclareceu que a decisão é uma tentativa de “remediar falhas fundamentais” na operação que envolve a Nasa e a Space X.
Para a empresa de Bezos, os dois fornecedores são essenciais para o êxito da missão, e classifica como “injusta” a escolha por apenas um deles.
“Nós realmente acreditamos que a decisão deva ser revisada para garantir justiça, competição, além de um retorno seguro à Lua pela América”, esclarece a companhia.
Novela dos contratos
Em abril, a SpaceX, de Elon Musk, ganhou um contrato de US$ 2,89 bilhões com a Nasa para construir o módulo lunar. A proposta da empresa foi mais atraente que a dos rivais, incluindo a da Blue Origin.
A companhia de Jeff Bezos entrou com um recurso e o contrato foi suspenso enquanto se aguardava um relatório do Government Accountability Office (GAO, órgão do Poder Legislativo dos Estados Unidos). Em 30 de julho, a instituição negou o protesto da Blue Origin.
A decisão do GAO permitiu então à SpaceX e à agência espacial definirem um cronograma para missão tripulada à Lua até 2024. A Nasa disse que espera testar os voos da tripulação do programa espacial Artemis até 2023, com um pouso inicial na Lua no ano seguinte.
O que diz a Nasa
Em comunicado enviado para repórteres na noite da última segunda-feira (17), a Nasa disse ter conhecimento das alegações feitas pela Blue Origin aos tribunais e atualmente está revisando os detalhes do caso.
“Assim que possível, a agência fornecerá uma atualização sobre o caminho a seguir para que o retorno à Lua sob Artemis seja o mais rápido e seguro possível.”
Disputa dos bilionários
Os fundadores da Blue Origin e da SpaceX, protagonistas da corrida espacial, são famosos também pelas farpas trocadas por projetos e contratos.
Recentemente, a empresa de Jeff Bezos classificou os planos da SpaceX de usar seu veículo Starship, testado no sul do Texas, como "imensamente complexo e de alto risco”.
Enquanto isso, Elon Musk contestou as afirmações no Twitter por semanas, dizendo que "Se o lobby e os advogados pudessem colocar Bezos em órbita, ele estaria em Plutão [agora]."
Para completar, Elon Musk também zombou de uma foto de um protótipo da Blue Moon.
*Com informações da CNN Business