“Agro é tech, agro é pop, agro é tudo”. Se você assiste à programação da televisão aberta já deve ter se deparado alguma — ou muitas vezes — com o comercial que exalta o agronegócio brasileiro. Se me permite uma adição, também é importante ressaltar que, acima de tudo isso, o agro também é lucro.
O setor foi o único dos três grandes da economia — conjunto que forma com serviços e indústria — a crescer no ano marcado pela pandemia.
Com a demanda externa impulsionando as exportações e a interna aquecida pelo auxílio emergencial, a agropecuária avançou 2% no período, enquanto o PIB tombou 4,1%, segundo dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a felicidade dos pequenos e grandes produtores e demais agentes da cadeia, as projeções indicam que o crescimento não ficará limitado ao passado. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que, com uma nova safra recorde de grãos, o PIB do setor avance 2,5% em 2021.
Embarque nessa onda
Se os números te convenceram sobre o potencial do setor e já está lamentando a falta de dinheiro para comprar uma fazenda e virar o novo “Rei do Gado”, há uma boa notícia: não é preciso ter plantações ou animais para aproveitar essa valorização.
A gestora e plataforma de investimentos Vitreo lança na próxima quarta-feira (30) o primeiro fundo multimercado brasileiro que investe no agronegócio. O produto, voltado para o público em geral, tem investimento mínimo de apenas R$ 100.
O fundo possui taxa de administração de 0,9% ao ano e cobra performance de 10% sobre o que exceder o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Conforme explica George Wachsmann, o Jojo, sócio e chefe de gestão da Vitreo, “há diversas formas diferentes de explorar as oportunidades de investimento no setor agro”.
Por isso, em vez de cravar a aposta apenas em contratos futuros das commodities, como os de soja, milho ou boi, por exemplo, o fundo combinará ações de empresas nacionais e internacionais, ETFs (fundos de índice) e contratos para alcançar o melhor desempenho possível.
Riscos e vantagens
Apesar do crescimento expressivo, é importante lembrar que, assim como todos os investimentos, também há riscos envolvidos quando se aposta no campo.
Além dos fatores naturais, como o sol, o frio, a chuva e doenças, que podem afetar as safras e os animais, há também flutuações da demanda interna e externa como riscos.
Mas, como ressalta Wachsmann, ao contrário do que acontece com os bens de consumo, os produtos agropecuários permanecem entre as prioridades das famílias mesmo em momentos de crise.
“Além do Brasil ser um dos “celeiros do mundo”, um dos grandes produtores e líder de exportação em várias commodities, não conseguimos enxergar um cenário que perturbe a demanda pelos alimentos”, finaliza.