As ações do setor de tecnologia passaram por maus bocados ao longo de agosto — e até mesmo a Sinqia (SQIA3), uma veterana da bolsa e que é bem avaliada por analistas financeiros, sofreu bastante nas últimas semanas. Mas nada disso impediu a empresa de vir ao mercado para levantar recursos: a companhia precificou sua oferta de ações a R$ 23,00 por papel, movimentando R$ 400 milhões com a operação.
A oferta da Sinqia é 100% primária. Ou seja: novas ações vão ser emitidas e vendidas na bolsa, e todo esse dinheiro vai direto para o caixa da empresa. Ao todo, 17,4 milhões de papéis vão ser colocados em circulação no mercado.
A operação traz dois efeitos importantes para a Sinqia no curto prazo. O mais óbvio é o reforço do caixa — e a própria empresa já deixou claro que os recursos vão ser usados como combustível para novas fusões e aquisições. O crescimento inorgânico, afinal, é uma marca registrada da companhia; de 2020 para cá, ela comprou seis companhias.
A segunda consequência, mais subjetiva, é a difusão ainda maior do capital da Sinqia. Mais de 80% de suas ações encontram-se em circulação no mercado e quase 70% do capital social da companhia está nas mãos de pequenos acionistas, com posições individuais inferiores à 5%. Com novas ações sendo colocadas à disposição do público, ambas as porcentagens tendem a aumentar.
Sinqia (SQIA3): instabilidade na bolsa
O anúncio da oferta de ações ajudou a injetar ânimo nas ações ON da Sinqia (SQIA3), recuperando parte da queda vista no mês passado — o setor de tecnologia teve correções intensas na bolsa em agosto, afetado pela abertura da curva de juros longos em meio à incerteza fiscal no país.
A instabilidade recente, inclusive, fez com que SQIA3 zerasse os ganhos em 2021: cotadas a R$ 23,27, as ações agora acumulam leve perda de 0,89% desde o início do ano.