A Renner definiu o preço por ação de R$ 39,00 em uma oferta com investidores institucionais, levantando um total de R$ 3,978 bilhões, segundo comunicado da empresa nesta quinta-feira (29).
A varejista emitirá 102 milhões de novas ações, que passam a ser negociadas na B3 a partir de 3 de maio. A quantidade de papéis inicialmente ofertada poderia ter sido acrescida em até 35% — o que não foi feito.
A Renner pretende usar o dinheiro levantado para o desenvolvimento e fortalecimento do ecossistema de moda e lifestyle da companhia por meio de iniciativas orgânicas e/ou inorgânicas.
Em outras palavras, a varejista deve crescer também com aquisições de outras empresas. O mercado tinha a expectativa de que a Renner mirasse a C&A ou Dafiti, à época do anúncio da oferta — na mesma semana da oferta da Arezzo pela Hering, comprada posteriormente pelo Grupo Soma.
As possíveis aquisições das empresas de varejo de moda acontecem em um momento de fragilidade de algumas companhias do segmento, por conta da crise provocada pela pandemia — que dificultou a operação de companhias menos digitais.
A Renner também mira com a oferta um avanço na digitalização dos seus canais, planeja um novo centro de distribuição e prevê a expansão das lojas físicas. Serviços financeiros, uma importante frente de diversificação, devem também ser contemplados.
"Quaisquer recursos líquidos remanescentes serão utilizados para o fortalecimento da posição de caixa para a gestão ordinária de seus negócios", disse a companhia em fato relevante.
A coordenação da oferta foi de Itaú BBA, BTG Pactual, J.P. Morgan, Morgan Stanley e Santander Brasil. O novo capital social da Renner passa a ser de R$ 7,7 bilhões, dividido em 898 milhões de papéis.
As ações da varejista (LREN3) acumulam queda de 8,2% no ano, apesar de no dia do anúncio da oferta terem subido 11,9%, ao contrário do que costuma acontecer quando uma empresa faz esse tipo de comunicado. Os papéis eram negociados a R$ 39,97 na quinta-feira.