As ações da Hapvida (HAPV3) e da NotreDame Intermédica (GNDI3) dispararam no pregão desta sexta-feira (8), entrando em leilão. O mercado reage a uma potencial fusão entre as companhias.
As gigantes do setor de saúde estão em negociação para mesclar suas operações, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A Hapvida confirmou no meio da tarde a oferta para combinar os negócios.
Com a notícia, os papéis da Hapvida (HAPV3) fecharam em alta de 17,67%, a R$ 16,78, após terem chegado a subir 30% mais cedo. Já os da Intermédica (GNDI3) fecharam com ganho de 26,59%, a R$ 91,40.
O analista da Toro Investimentos João Freitas disse que é cedo para tirar conclusões porque o mercado não sabe detalhes oficiais sobre o movimento. "Mas quando você olha o market share das duas fica claro uma complementariedade".
Com R$ 53 bilhões em valor de mercado, a Hapvida domina a atuação no Norte e no Nordeste. Por outro lado, a Intermédica é forte no Sul e no Sudeste - a empresa vale R$ 48 bilhões.
A transação entre ambas seria por meio de uma troca de ações, segundo o site Brazil Journal. A publicação afirma que um acordo de governança entre as empresas é a parte mais delicada da negociação.
Operadoras verticalizadas
A notícia sobre a potencial negociação vem à tona após um ano repleto de aquisições para ambas - e em meio a um momento desafiador por conta da pandemia de covid-19.
Hapvida e Intermédica são as únicas operadoras verticalizadas da bolsa brasileira. O foco das empresas é oferecer uma rede própria de unidades de atendimento - como hospitais, clínicas, ambulatórios, postos de pronto atendimento, centros de diagnóstico etc.
O modelo de operação de ambas permite, segundo analistas, mais eficiência - com controle de custos muito superior ao de suas concorrentes não verticalizadas.
Em entrevista recente ao Seu Dinheiro, o diretor de Relações com Investidores da Intermédica, Glauco Desiderio, disse que a verticalização é um modelo difícil de replicar.
Segundo o executivo, mesmo outras operadoras com muito dinheiro levariam anos para alcançar a penetração e verticalização que hoje tem a Intermédica.