🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: COMO FLÁVIO BOLSONARO MEXE COM A BOLSA E AS ELEIÇÕES – ASSISTA AGORA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Análise SD

Por que a BRF (BRFS3) quer fazer uma nova — e bilionária — oferta de ações?

A dinâmica da dívida da BRF (BRFS3) pressiona os planos estratégicos da companhia, e a oferta de ações pode trazer um alívio importante

Victor Aguiar
Victor Aguiar
17 de dezembro de 2021
10:08 - atualizado às 11:31
Unidade da BRF
Unidade da BRF. - Imagem: Divulgação

Uma movimentação da BRF (BRFS3) passou quase que despercebida pelo mercado: a gigante do setor de proteína animal planeja uma oferta primária de ações (o chamado 'follow on') que poderá levantar mais de R$ 6 bilhões. A operação ainda precisa do aval dos acionistas, mas o simples fato de a diretoria levar o tema adiante já nos diz algumas coisas sobre o planejamento estratégico da companhia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Indo aos números: a BRF quer emitir até 325 milhões de novas ações ON (BRFS3) — e, considerando a cotação de fechamento da última quinta-feira (16), de R$ 20,40, chegamos a uma cifra de R$ 6,6 bilhões. Como estamos falando de novos papéis, a transação implica numa potencial diluição dos atuais acionistas.

O xis da questão é a estrutura de capital da companhia. Uma consulta ao balanço da dona da Sadia e da Perdigão no terceiro trimestre nos mostra uma pressão considerável no front do endividamento — a dívida líquida da BRF superava os R$ 16 bilhões ao fim de setembro —, o que trava as metas de expansão da empresa no médio prazo.

Sendo assim, a capitalização via oferta de ações aparece como uma alternativa interessante para aliviar o peso dessa âncora e permitir a expansão da companhia. Um objetivo que, ao menos por enquanto, compensa o efeito colateral da diluição da base acionária.

BRF e a visão para 2030

Em dezembro do ano passado, a BRF revelou seu plano estratégico até 2030: a ideia é atingir uma receita líquida de mais de R$ 100 bilhões ao fim da década, com o Ebitda mais que triplicando no mesmo período. Para tal, a companhia estima investimentos da ordem de R$ 55 bilhões ao longo desse período.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse projeto vinha com alguns marcos temporais: até 2023, a receita líquida deveria atingir os R$ 65 bilhões; até 2026, o Ebitda deveria dobrar em comparação com o nível de 2020. O problema é que, com a estrutura de capital desfavorável, o cumprimento dessas metas ficou cada vez mais difícil.

Leia Também

Tanto é que, no começo desse mês, a BRF atualizou o seu plano e adiou em um ano o cumprimento desses marcos: a receita de R$ 65 bilhões foi jogada para 2024, e o Ebitda dobrado, para 2027. Os objetivos finais para 2030 foram mantidos, mas com um ajuste de rota, digamos — o que causou alguma frustração no mercado.

Outro ponto crucial diz respeito às métricas de alavancagem. Segundo a empresa, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda nos últimos 12 meses tem o patamar de três vezes como "limite prudencial". Só que, ao fim do terceiro trimestre, essa barreira foi rompida: a alavancagem da BRF chegou a 3,06 vezes.

Foi mais um fator de desconforto aos investidores: por mais que, no lado operacional, a BRF esteja conseguindo mostrar uma evolução considerável, esses problemas trazem um certo ceticismo ao mercado em geral.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Repare que, no terceiro trimestre de 2021, tanto a dívida líquida quanto a alavancagem chegaram aos maiores patamares do passado recente da BRF

Aliviando o endividamento

Dito isso, voltemos à potencial oferta de ações. Por mais que o destino dos recursos que poderão ser levantados não tenha sido revelado pela BRF — ela apenas diz, genericamente, que R$ 500 milhões irão para o capital social, com o restante sendo destinado "à formação de reserva de capital" —, é de se imaginar que a operação tenha como foco a redução do endividamento.

Uma análise mais criteriosa dos compromissos financeiros da BRF nos mostra algumas questões importantes. A empresa fechou o terceiro trimestre com R$ 24,4 bilhões em dívida bruta, dos quais R$ 16,5 bilhões — quase 70% do total — eram denominados em moeda estrangeira.

E, considerando a desvalorização do real nos últimos meses e a tendência não muito animadora para o mercado de câmbio em 2022, dadas as incertezas do período eleitoral, há um risco nada desprezível de que esse mix piore ainda mais caso nada seja feito.

Outro ponto relevante é a linha de despesas financeiras, que ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão no terceiro trimestre. Com dívidas tão volumosas e a Selic em elevação no país, a BRF tem gastos muito altos com os juros relacionados aos compromissos financeiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esses dois fatores, combinados, fazem com que a evolução operacional seja ofuscada e travam o crescimento do Ebitda e dos resultados líquidos da companhia — o que, em última instância, só dificulta o atingimento das metas para 2030.

Assim, num cenário em que mais de R$ 5 bilhões levantados com a oferta sejam destinados ao pagamento antecipado de dívidas e fortalecimento da estrutura de capital, a linha de despesas financeiras tende a recuar e a exposição do endividamento da BRF às oscilações do dólar também tende a cair. Um cenário ideal para a companhia.

BRFS3: chegou a hora?

Cotadas a R$ 20,40, as ações ON da BRF (BRFS3) acumulam queda de 7,4% desde o começo de 2021, um desempenho em linha com o visto no Ibovespa. Mas, se esse comportamento não parece de todo ruim à primeira vista, a situação fica bem diferente na comparação com as demais empresas do setor de proteína animal.

O cenário de demanda aquecida no exterior e real desvalorizado tem sido extremamente benéfico para as empresas desse segmento. Em linhas gerais, companhias como JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) reportaram resultados bastante fortes nos últimos dois anos, acumulando lucros e gerando caixa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A BRF, por outro lado, ficou para trás, dados os seus problemas de estrutura de capital — uma realidade que fica bastante evidente no comportamento das ações de todas essas empresas:

Segundo dados do TradeMap, as ações da BRF (BRFS3) têm quatro recomendações de compra e nove de manutenção; o preço-alvo médio das casas de análise é de R$ 27,97, o que representa um potencial de ganho de 37% em relação aos níveis atuais. Em termos de valuation, o EV/Ebitda estimado para BRFS3 ao fim de 2022 é de 5,9 vezes, abaixo da média de três anos para os papéis, de 11,3 vezes.

A assembleia de acionistas que irá votar a oferta de ações foi marcada para o dia 17 de janeiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
CONEXÃO COM O CLIENTE

Antes ‘dadas como mortas’, lojas físicas voltam a ser trunfo valioso no varejo — e não é só o Magazine Luiza (MGLU3) que aposta nisso

16 de dezembro de 2025 - 17:59

Com foco em experiência, integração com o digital e retorno sobre capital, o Magalu e outras varejistas vêm evoluindo o conceito e papel das lojas físicas para aumentar produtividade, fidelização e eficiência

MAIS DINHEIRO NO BOLSO NO FUTURO?

Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP

16 de dezembro de 2025 - 17:31

O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]

VOO TURBULENTO

Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO

16 de dezembro de 2025 - 17:29

John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões

CANETAS EMAGRECEDORAS

Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026

16 de dezembro de 2025 - 17:17

Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil

É PARA COMEMORAR?

Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro 

16 de dezembro de 2025 - 16:21

A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor

FÔLEGO EXTRA

Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3

16 de dezembro de 2025 - 15:37

A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos

REDUÇÃO ATRÁS DE REDUÇÃO

Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem

16 de dezembro de 2025 - 13:57

Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa

APETITE PELO CONTROLE

Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava

16 de dezembro de 2025 - 13:11

A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo

UNIÃO NO MUNDO PET

Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas

16 de dezembro de 2025 - 12:34

As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores

FIM DA LINHA

Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros 

16 de dezembro de 2025 - 11:55

Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas

ATENÇÃO, ACIONISTA!

Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações

15 de dezembro de 2025 - 19:53

A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações

MIMO AO ACIONISTA

Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar

15 de dezembro de 2025 - 19:44

Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital

VAI PESAR NA CARTEIRA

Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas

15 de dezembro de 2025 - 19:25

Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista

OLHAR DO GRINGO

Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros

15 de dezembro de 2025 - 18:33

Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira

MUDANÇAS A CAMINHO

Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora

15 de dezembro de 2025 - 16:34

O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?

NUCEL VEIO COM TUDO

Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda

15 de dezembro de 2025 - 13:45

Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor

PREPAREM O BOLSO

Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas

15 de dezembro de 2025 - 13:23

Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos

EFEITO DO APAGÃO

Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões

15 de dezembro de 2025 - 12:40

Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão

HORA DE COMPRAR

Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025

15 de dezembro de 2025 - 11:59

Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?

QUEM PAGA A CONTA?

Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar

15 de dezembro de 2025 - 11:17

O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar