Tem empresa com aquisição todo mês, nós escolhemos a dedo, garante diretor do Mercado Livre
O diretor de Novos Negócios do Mercado Livre diz que as compras feitas pela empresa não tem a ver com os M&As (fusões e aquisições) “da moda”, mas são movimentos pontuais

O Mercado Livre anunciou na noite de terça-feira (24) a compra da Kangu, empresa de tecnologia que conecta comércios físicos à plataforma de marketplace (shopping virtual) para operarem como ponto de envio e coleta de produtos.
O diretor de Novos Negócios do Mercado Livre, Renato Pereira, diz que as compras feitas pela empresa não tem a ver com os M&As (fusões e aquisições) estarem na moda, mas são movimentos pontuais. “Tem players (empresas) fazendo aquisição todo mês, a gente escolhe a dedo as aquisições que faz”, diz.
Na cobiçada categoria de supermercados, ele afirma que o Mercado Livre ainda não achou a combinação perfeita para uma aquisição. “O par perfeito não apareceu ainda e talvez não dê tempo de aparecer, já teremos construído sozinhos”, afirma.
A Kangu já era parceira do Mercado Livre antes da compra. Segundo Pereira, a transação seguiu um “ciclo perfeito”: começou com uma parceria, depois com uma participação minoritária e, agora, com a compra total - o valor da transação não foi divulgado.
Ele pontua que essa ordem não é regra e que nem toda parceria tem um tese de aquisição por trás. No entanto, afirma que dificilmente o Mercado Livre faz aquisições repentinas, sem já se relacionar com a outra companhia.
As parcerias mais recentes da empresa foram com a Disney, com descontos na assinatura do streaming, com a Arezzo, para distribuição de uma marca de calçados e com o Pão de Açúcar, para venda online de itens de supermercado.
Leia Também
A Kangu tem cadastrados 5 mil pontos físicos de envio e entrega de produtos. Mais da metade deles está no Brasil. O plano é, mais à frente, poder transformar esses parceiros logísticos em aliados do braço financeiro da companhia: o Mercado Pago. A ideia é poder usá-los inclusive como locais de depósito e saque de dinheiro por meio da conta virtual. Leia a seguir a entrevista com Pereira:
O Mercado Livre tem a característica de crescer mais organicamente. O grupo quis se posicionar no mercado aquecido de fusões e aquisições (M&As)?
Somos uma empresa que, por cultura, tende mais a construir negócios do que a comprá-los. Em 22 anos de empresa tem sido assim. Tem de haver o casamento de muitos fatores para decidirmos fazer aquisição. Tem de ser uma empresa que vá agregar valor imediatamente, que tenha ‘feat’ (alinhamento) cultural e que se destaque na parte de tecnologia. A gente não compra tijolo. A gente compra tecnologia. Muitas vezes, é uma questão de timing também. Algumas empresas poderiam ser até interessantes de adquirir, mas o tempo passou e a gente já construiu.
O Mercado Livre não compra tijolo, mas comprou uma empresa que tem como fortaleza os pontos físicos?
A Kangoo não tem tijolo. Ela conecta lojas de bairro. Ela não tem lojas, não tem investimento para ter pontos físicos, ela usa pontos físicos que já existem e estão próximos a locais com demanda por pacotes e/ou próximas aos clientes. Podemos oferecer outros serviços do Mercado Livre por meio desses pontos, como o Mercado Pago, mas isso é mais para frente. Podemos ter pontos para as pessoas depositarem ou sacarem dinheiro. Tem uma série de possibilidades que podem se abrir, mas é bem mais para frente. Os próximos passos agora são de expansão logística.
O Mercado Livre concluiu que no Brasil é necessário ter pontos físicos para fazer logística? A concorrência fez isso antes, com lojas próprias.
Tem uma diferença importante: o nosso modelo não tem custo fixo, por isso, é mais escalável. Se olharmos para redes com lojas físicas, nenhuma delas tem mais de 1.000 pontos físicos. Alguns têm essa quantidade de lojas, mas apenas uma fração é usada para coleta e entrega. A Kangu, conosco, em um ano e meio saiu de zero para 5 mil pontos
Vocês disseram não querer os Correios e estão mostrando um caminho diferente do que o de “adquirir tijolos”, é isso?
Exatamente. É questão de timing também. Houve um tempo em que 90% dos nossos pacotes passavam pelos Correios. Hoje, menos de 10% passam. Encontramos um outro caminho, mais eficiente. A Kangu é um desses caminhos.
Lá atrás faria sentido?
Difícil dizer, mas poderia ter alguma chance.
A Kangu começou como uma parceria e depois foi adquirida. Pode-se esperar mais situações do tipo?
A Kangu foi o ciclo perfeito das três coisas que a gente faz: começou com parceria e ela se destacou entre as demais; fizemos um acordo comercial mais profundo que nos permitiria ser sócios da Kangu, com investimento minoritário; depois, tomamos a decisão de aquisição de 100%. Tem casos em que pode acontecer um M&A direto, tem casos que pode acontecer só parceria.
Mas vocês namoram as empresas, não compram repentinamente, certo?
É muito difícil fazermos negócio do nada. Fica um pouco essa pista, mas nas empresas com as quais fazemos parcerias, não necessariamente temos tese de aquisição.
Supermercado é um espaço que todas as varejistas de comércio eletrônico do País tentam ocupar. Vocês fariam algum movimento nesse sentido para ter algo próprio?
Estamos construindo as nossas soluções, se no meio do caminho encontramos um par perfeito, sempre estamos abertos, mas não apareceu ainda e, talvez, não dê tempo de aparecer, a gente já vai ter construído sozinho. Estamos sempre abertos e olhando, nessa e em outras frentes nas quais a empresa cresce.
Azul (AZUL4) dá mais um passo no processo de recuperação judicial nos EUA — para isso, vai devolver mais aeronaves
Ao todo, a aérea já pediu a devolução de 17 aviões e oito motores; saiba qual foi a devolução da vez
Brasil participa de programa de descarbonização da indústria com investimento de US$ 250 milhões
Outros seis países em desenvolvimento também participarão de programa internacional que pretende investir US$ 1 bilhão em projetos de transição energética e geração de empregos verdes, por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento
Vale (VALE3) consegue licença para projeto de US$ 290 milhões no Pará; ações sobem mais de 3% na bolsa
A mineradora informou que investirá os recursos na fase de implantação do novo projeto, que pretende dobrar a produção de cobre na próxima década
Americanas (AMER3) consegue “colher de chá” de R$ 500 milhões para pagar o que deve à União
Em meio à recuperação judicial, a varejista alcançou um acordo com a PGFN para quitar dívidas fiscais milionárias
Acionistas minoritários são favoráveis à fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) — mas ainda há outras etapas para oficializar o casamento
Nos votos à distância reportados pela BRF, houve 35% favoráveis à fusão, ante 16% contrários
Do canteiro de obras ao mercado financeiro: como uma incorporadora de alto padrão conseguiu captar meio bilhão com títulos verdes
Tegra estrutura política de sustentabilidade e capta R$ 587 milhões com debêntures e CRI verdes; experiência aponta caminhos possíveis para o setor
Nelson Tanure contrata Rothschild para estruturar oferta pela Braskem (BRKM5), diz jornal
O empresário pretende adquirir a participação da Novonor indiretamente, comprando as ações da holding que controla a fatia da petroquímica
Alpargatas (ALPA4) fecha acordo com Eastman Group, que será distribuidora exclusiva da Havaianas nos Estados Unidos e Canadá
O acordo de distribuição marca uma mudança importante no modelo de operação da companhia na América do Norte
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), fecha contrato bilionário para decolar com seus ‘carros voadores’ nos céus de São Paulo
Atualmente, a capital paulista possui mais de 400 helicópteros registrados e cerca de 2 mil decolagens e aterrissagens diárias
“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital
O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização
Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal
A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor