Se você toma um novo susto a cada ida ao posto de combustível para abastecer, então temos más notícias. A gasolina, que já acumula alta de mais de 39% nos últimos 12 meses, o diesel e outros derivados do petróleo devem continuar sua escalada nos próximos meses.
Isso porque o preço desses ativos está ligado, entre outros fatores, à cotação de sua matéria-prima no mercado internacional; e, recentemente, ela voltou a subir. Nesta segunda-feira (27), o petróleo Brent, índice de referência para o ativo, emplaca sua quinta alta consecutiva, subindo pouco mais de 1,64% e voltando a encostar na casa dos US$ 80.
Não por acaso, a PetroRio (PRIO3) chegou a entrar em leilão e encerrou o pregão como uma das maiores altas do Ibovespa hoje. A Petrobras (PETR4) também figurou entre os destaques de valorização do principal índice da B3, mas perdeu força ao longo da tarde após o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, convocar uma coletiva para falar sobre a política de preços da estatal. Os papéis chegaram a operar em queda, mas voltaram ao azul após a estatal reafirmar que nada muda.
Fora do índice, os papéis das outras petroleiras também subiram forte. Veja como ficou a cotação das principais petroleiras da B3 hoje:
- 3R Petroleum (RRRP3): R$ 37,02 (+ 3,01%);
- Enauta (ENAT3): R$ 14,23 (+5,10%);
- Petrobras (PETR4): R$ 27,14 (+0,89%);
- Petroreconcavo (RECV3): R$ 20,69 (+7,20%);
- PetroRio (PRIO3): R$ 23,28 (+ 5,87%).
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Voltando ao assunto, a dúvida que fica para quem quer investir no setor é se essa alta nas cotações do petróleo é temporária ou veio para ficar.
Na visão dos analistas do Goldman Sachs, os preços da commodity não devem parar apenas nessas cinco altas consecutivas.
O banco de investimentos atualizou sua projeção de preços para o final do ano e espera o barril em US$ 90, contra US$ 80 anteriormente.
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Rali sem fim
Em relatório, os analistas apontam que o petróleo evoluiu de um bull market — ou seja, momento de tendência de alta — cíclico para um estrutural. O veredito é justificado por indicadores de recuperação que superam todas as previsões do banco.
“Do lado da demanda, a queda nas taxas de hospitalização por covid-19 ao redor do mundo confirmam que as vacinas são efetivas e levam mais países à reabertura”, destacam.
Já a oferta deve seguir em baixa. As interrupções de produção na Costa do Golfo, provocadas pela passagem do furacão Ida, “mais do compensam”, nos cálculos do Goldman Sachs, o aumento na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, iniciado em julho.
Além disso, a preocupação com a ameaça de retomada da produção iraniana não pesou durante muito tempo sobre os investidores. Vale lembrar que o Irã está sob sanções internacionais que limitam tanto sua capacidade de produzir, quanto de exportar a commodity.
Correndo atrás do prejuízo
Por fim, o nível dos estoques de petróleo também fortalece a tese do banco. Atualmente são retirados cerca de 4,5 mil barris por dia dos reservatórios, a maior média já registrada.
“Esse déficit não será revertido nos próximos meses e, em nossa visão, conforme cresce, vai sobrecarregar tanto a vontade quanto a habilidade da OPEP em incrementar a produção”.