O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua taxa básica de juros, entre 0% e 0,25% ao ano, em mais uma decisão unânime nesta quarta-feira (28).
Apesar de importante, a indicação sobre os juros não era o foco dos mercados hoje. Os investidores estavam mesmo atentos a mudanças no discurso sobre os estímulos à economia norte-americana.
Quando ou não o “tapering”, processo de redução das compras de ativos, deve ser iniciado foi o grande debate desde a última reunião. Na ocasião, a autoridade monetária indicou a manutenção da compra de pelo menos US$ 120 bilhões de títulos por mês.
Quanto a isso, o comunicado não deu indicações de mudanças no ritmo de compra dos próximos meses e explicou que a política auxilia no funcionamento dos mercados e apoia o fluxo de crédito para famílias e negócios.
Os motivos pro trás da decisão foram reforçados por Jerome Powell em entrevista coletiva que seguiu o anúncio. O presidente da instituição declarou que o BC dos EUA segue "fortemente comprometido" em atingir seus dois maiores objetivos — pleno emprego e a estabilização dos preços — com a política monetária atual.
Apostando mais uma vez no discurso que tem dado o tom dos comunicados nos últimos meses, o Fed afirmou que a entidade seguirá aplicando todas as ferramentas disponíveis para apoiar a recuperação da economia.
O banco central dos EUA também aproveitou o comunicado para reforçar que a inflação — que ficou novamente acima das previsões em junho —segue refletindo, 'em sua maioria', aspectos transitórios.
Aviso do capitão
O presidente do Fed mostrou-se otimista com a recuperação norte-americana e afirmou que o PIB de 2021 "caminha para seu crescimento mais forte em décadas".
Apesar das boas perspectivas, o capitão do banco central dos EUA não deixou de fazer um aviso ao mercado: "enquanto houver risco de novas ondas e cepas da covid-19, ninguém está seguro".
Considerando esse cenário, Powell garantiu o apoio da política monetária "durante o processo de recuperação econômica".
Reação dos mercados
Com um comunicado sem muitas novidades, os mercados tiveram uma reação tímida no exterior. Em NY, os índices permaneceram apontando para um dia de ganhos.
Já o Ibovespa, que já vinha avançando durante a sessão, se animou um pouco mais e, após o discurso inicial de Powell, por volta das 16h, avançava 1,49%, aos 126.472 pontos O dólar à vista, que havia chegado à máxima logo após o comunicado, voltou a cair para R$ 5,12.
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De olho no futuro
Desta vez o comunicado não veio acompanhado das projeções de dirigentes para o futuro, mas o gráfico de pontos da reunião anterior já havia revelado que a maior parte deles espera uma alta nas taxas de juros em 2023.
Nove das 18 autoridades monetárias estimam que os percentuais subam entre 0,5% e 1,25% no período. O número daqueles que projetam que a taxa permanecerá na faixa atual, de 0% a 0,25%, durante os próximos dois anos, caiu de 11 para cinco.
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