Com o Banco Central adotando um discurso mais duro com relação ao combate à inflação, o mercado começa a precificar uma taxa de juros acima dos 6,25% dados como expectativa no último boletim Focus.
Ontem o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% e deixou contratado um novo ajuste da mesma magnitude para a reunião que deve ocorrer em agosto. Com a percepção de que a inflação deve seguir pressionando a meta para 2022, os investidores começam a apostar que a nova elevação pode ser ainda mais agressiva, de pelo menos 1 ponto porcentual, elevando a taxa a 5,25%.
Com isso, o mercado futuro de juros passa por um ajuste nesta tarde, com os vencimentos mais curtos deixando claro que essa é a postura quase unânime do mercado.
Os vencimentos mais longos também apresentam uma alta significativa, refletindo também o temor de elevação dos juros no exterior. Ontem, o Federal Reserve manteve a taxa básica nas mínimas, mas alguns dirigentes já começaram a projetar uma elevação nas taxas para 2023.
Se as taxas de juros nos países desenvolvidos se elevam, o restante do globo passa a disputar em atratividade de investimentos, já que o menor risco atrelado ao investimento em uma moeda mais forte como o dólar é um grande atrativo para os investidores. Com isso, o natural é que países como o Brasil também precisem elevar suas taxas para compensar os efeitos negativos gerados por esse movimento. Assim, os principais contratos de DI operam em alta.
Confira as taxas do dia, que operaram perto das máximas ao longo de toda a sessão:
- Janeiro/2022: de 5,43% para 5,60%
- Janeiro/2023: de 7,01% para 7,16%
- Janeiro/2025: de 7,99% para 8,10%
- Janeiro/2027: de 8,43% para 8,52%