O mercado brasileiro acompanha de perto as sinalizações do Federal Reserve (banco central americano) nesta segunda-feira (24), para captar a possibilidade de mudanças na política monetária para conter a escalada da inflação.
A diretora do Fed Lael Brainard disse nesta segunda que espera leituras altas de inflação nos próximos meses, mas ponderou que as expectativas de longo prazo dos índices de preços permanecem "bem ancoradas" e que a tendência aponta para o predomínio de forças desinflacionárias.
A recuperação do mercado de criptomoedas beneficia o Nasdaq e as bolsas americanas têm ganhos expressivos. O Ibovespa, que começou a sessão com pouco fôlego, aproveita para se firmar no azul. Por volta das 16h, o principal índice da bolsa brasileira subia 1,14%, a 123.949,53 pontos. O dólar à vista operava em queda de 0,65%, a R$ 5,3205.
Ainda falando em mercado externo, uma nova queda do minério de ferro deve mexer com o setor de commodities metálicas. A China está de olho em possíveis "especulações excessivas" que justifiquem a alta expressiva recente. O alerta feito pela Comissão de Reforma e Desenvolvimento do país derrubou a commodity em mais de 4%.
No Brasil, as atenções também se voltam mais uma vez para a situação da pandemia no país. O temor de uma terceira onda da covid-19 começa a ganhar força com a identificação de casos de pacientes infectados pela cepa indiana da doença e um novo crescimento no número de casos.
A continuidade dos problemas sanitários aumenta a especulação sobre a possibilidade de uma nova prorrogação do auxílio emergencial. Essencial para amparar as famílias menos favorecidas, o programa social deve pressionar ainda mais a questão fiscal e o temor inflacionário.
Mesmo com a bolsa e o câmbio acompanhando o mercado internacional, resta aos principais contratos de DI refletirem o aumento do risco-País e a preocupação com as contas públicas. Confira as principais taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 5,00% para 5,02%
- Janeiro/2023: de 6,75% para 6,73%
- Janeiro/2025: de 8,18% para 8,19%
- Janeiro/2027: de 8,76% para 8,77%
Sobe e desce
A maior alta do dia fica com as ações do Banco Inter, após a companhia anunciar um acordo de R$ 2,5 bilhões com a Stone e os planos de uma nova oferta de ações, dessa vez na Nasdaq. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 201,63 | 22,72% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 19,01 | 2,59% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 18,90 | 2,38% |
BTOW3 | B2W ON | R$ 57,24 | 2,21% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,87 | 2,17% |
Além das ações das siderúrgicas, que recuam acompanhando a nova queda do minério de ferro, o destaque negativo do dia também fica com os papéis de Marfrig e BRF.
Na semana passada, os papéis da BRF subiram mais de 20% em meio a rumores de possibilidade de fusão com a Marfrig e de que um “comprador misterioso” buscava aumentar sua participação na companhia. O mistério foi solucionado na noite de sexta-feira (21), com a Marfrig anunciando que agora detém 24% do capital da companhia. Depois do alvoroço dos últimos dias, os papéis recuam, com o mercado tentando compreender melhor a estratégia por trás da operação. Confira:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
BRFS3 | BRF ON | R$ 25,40 | -5,68% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 17,41 | -3,55% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 14,62 | -2,79% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 33,04 | -2,45% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 44,60 | -2,41% |