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Esquenta dos mercados: acordo para aumento do teto da dívida nos EUA deve movimentar bolsas hoje e cenário doméstico olha Campos Neto e Orçamento

controle de gastos fica no radar

Nos últimos dias, a bolsa brasileira viveu dias de alta volatilidade, com um cenário externo nada favorável e um doméstico difícil de digerir. O exterior olha o acordo para elevação do teto da dívida dos Estados Unidos com bons olhos, enquanto por aqui o Orçamento entra na pauta do dia. A melhora do sentimento no exterior e o afastamento da possibilidade de um calote nos EUA animou as bolsas por lá e fez o Ibovespa se salvar mais um dia. 

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O Ibovespa chegou a cair 2% no pregão da última quarta-feira (06), mas inverteu o sinal e encerrou em leve alta de 0,06%, aos 110.559 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,02%, a R$ 5,4861, mas longe da máxima de R$ 5,53.

Os desdobramentos sobre o teto da dívida dos EUA devem seguir movimentando as bolsas pelo mundo. O acordo deve aumentar o limite dos gastos até dezembro, mas uma condição imposta pelo partido republicano, oposição ao governo Joe Biden, desagradou os democratas, que estão com “a corda no pescoço”. 

Enquanto isso, no Brasil o dia não conta com maiores indicadores, mas debates sobre a PEC dos precatórios e o Orçamento para 2022 colocam o teto de gastos de volta no xadrez da bolsa. O Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de painel em evento do BIS sobre regulação de big techs ainda hoje.

Confira o que movimenta os negócios hoje:

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Teto de gastos e o Congresso

A equipe econômica deve ser destaque no dia de hoje, com constantes ameaças ao teto de gastos que aconteceram nos últimos dias. A tentativa do governo federal de aprovar um vale-gás juntamente com novas rodadas do auxílio-emergencial deve ser motivo de atenção nos próximos dias. 

Hoje, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso deve receber Bruno Funchal, Secretário especial do Tesouro e Orçamento, para debater o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022. Além disso, a Comissão especial da Câmara deve ouvir o deputado e relator Bruno Motta sobre a PEC dos precatórios, também nesta quinta-feira (07)

Os especialistas do mercado temem que a costura de acordos para abrir espaço no Orçamento possa comprometer as contas no longo prazo, como a PEC dos precatórios, que deve propor o parcelamento das dívidas do governo com o judiciário. 

Somado a isso, a possibilidade de o governo propor um “pacote de bondades”, uma série de medidas de caráter populista, também ameaça o teto de gastos e qualquer espaço dentro do Orçamento deve servir para o pagamento desse pacote.

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O governo atrela esse aumento de gastos à reforma do Imposto de Renda, que ainda não foi aprovada no Congresso. Essas medidas devem ser aprovadas até o final deste ano para passarem a valer antes da eleição de 2022

À deriva

Sem maiores indicadores pela frente, a bolsa brasileira deve seguir o exterior, que opera majoritariamente positivo pela manhã. Os indicadores econômicos dos EUA podem ajudar na recuperação de hoje. 

De olho no horizonte e na sexta-feira (08), os dados de inflação, medidos pelo IPCA, podem aumentar a cautela ao longo do dia e limitar os ganhos do Ibovespa

O teto da dívida dos EUA

Não é só o Brasil que vive problemas fiscais. Nos Estados Unidos, o teto da dívida norte-americana ameaça um apagão dos serviços públicos, com a possibilidade de não pagamento de salário aos servidores. 

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O partido democrata deve aceitar uma proposta de um senador republicano para elevar o teto da dívida até dezembro, o que pode manter as atividades funcionando até lá. Entretanto, o senador republicano deve usar o mecanismo de reconciliação, que pode aprovar a proposta apenas com votos democratas. Esse foi o mesmo sistema que votou a conta de US$ 1,9 trilhão em estímulos para a economia durante a pior fase da pandemia. 

Os democratas se opõem a essa proposta porque seria uma maneira de o partido republicano “lavar as mãos” contra o aumento de gastos do governo Joe Biden e colocar uma possível crise econômica na conta do presidente americano. Os desdobramentos desse debate político devem movimentar os negócios nos próximos dias. 

Emprego lá fora e outros destaques

O relatório ADP de empregos privados, divulgado ontem (06), trouxe uma criação de vagas maior do que o esperado pelos especialistas. No pregão de hoje, os pedidos de auxílio-desemprego devem refletir esse aumento e, no último dia da semana, o payroll deve finalmente dar um panorama mais bem definido do emprego nos Estados Unidos. 

Os números do desemprego são utilizados pelo Federal Reserve para decidir sobre a política de retirada de estímulos, movimento conhecido como tapering. Se os dados vierem positivos ou melhores do que o esperado, é possível que o tapering comece ainda em novembro, como declarado pelo BC americano.

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Caso contrário, os investidores devem ficar ainda mais atentos à reunião do Federal Reserve, em novembro deste ano. 

Bolsas pelo mundo

Os índices asiáticos enfrentam uma baixa liquidez nos mercados sem a China, o que fez as principais praças encerrarem o pregão de hoje no vermelho. O anúncio na tarde de ontem sobre um acordo para o teto da dívida norte-americana piorou o sentimento do mercado. 

Na Europa, as bolsas tentam recuperar as perdas do pregão anterior, de olho em dados regionais de produção industrial alemã e na reunião de dirigentes do BCE.

Por fim, os futuros de Nova York seguem o mesmo caminho e apontam para uma abertura de ganhos nesta quinta-feira (07), com debates envolvendo o teto da dívida pressionando os índices. 

Agenda do dia

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