Não é segredo para ninguém que o Ibovespa está em expansão: o principal índice da bolsa brasileira, que hoje tem 92 ações de empresas de diversos setores da economia, era bem mais concentrado num passado não tão distante — em janeiro de 2018 eram 'apenas' 64 ativos. E esse processo de crescimento tende a continuar, com Porto Seguro ON (PSSA3) e Positivo ON (POSI3) despontando como prováveis novas integrantes do portfólio.
Há pouco, a B3 divulgou a primeira prévia do novo Ibovespa; os principais índices acionários da bolsa são revisados a cada quatro meses. Além da inclusão das duas novatas, a versão preliminar também traz a exclusão das units da GetNet (GETT11) — elas constavam na carteira por terem sido cindidas do Santander (SANB11) em outubro.
Vale lembrar que o martelo ainda não está batido: ao longo de dezembro, a B3 ainda divulgará duas outras prévias, sendo que a terceira é a definitiva. O novo portfólio do Ibovespa — que, ao menos por ora, terá 93 ações — começará a valer em janeiro.
A inclusão de Porto Seguro e Positivo, aliás, não chega a surpreender: o BTG Pactual já apostava na entrada das duas empresas no novo Ibovespa. Em relatório divulgado em novembro, o banco também previu a inserção de CSN Mineração (CMIN3), Cesp (CESP6) e 3R Petroleum (RRRP3); a exclusão da GetNet já era esperada.
Ibovespa: mais diversificado, mas mais concentrado
Apesar do crescimento do Ibovespa em número de ações, o principal índice da bolsa brasileira está cada vez mais concentrado em termos de participação relativa. As blue chips — empresas de grande porte cujos papéis possuem liquidez elevada — continuam com um peso muito grande no portfólio, em especial a Vale (VALE3).
A mineradora, que hoje responde por 12,1% do Ibovespa, aumentou ainda mais a sua presença: de acordo com a primeira prévia do índice, ela terá um peso de 14,829% a partir de janeiro. Veja o top 5 da versão preliminar para o começo de 2022:
- Vale ON (VALE3): 14,829%;
- Petrobras PN (PETR4): 6,742%;
- Itaú Unibanco PN (ITUB4): 5,363%;
- Bradesco PN (BBDC4): 4,686%; e
- Petrobras ON (PETR3): 4,059%.
Ou seja: esses cinco papéis, somados, terão uma participação relativa de mais de 35% no portfólio do Ibovespa, caso essas proporções sejam mantidas. Um sinal de que as novas entrantes ainda têm um longo caminho a percorrer para, de fato, terem influência nos rumos do índice.
Porto Seguro (PSSA3) e Positivo (POSI3): as novatas
As duas companhias que foram incluídas na primeira prévia do índice comprovam a tese: Porto Seguro ON (PSSA3) tem uma participação de meros 0,203% na composição da carteira; Positivo ON (POSI3) é ainda menor, com apenas 0,035%.
A entrada ou saída de uma ação do Ibovespa e dos demais índices da B3 obedece a uma série de critérios previamente estabelecidos pela bolsa; questões como a liquidez dos papéis e o status das companhias — empresas em recuperação judicial, por exemplo, não são elegíveis — são levadas em conta.
Quanto ao desempenho das duas novatas, destaque para POSI3: do começo do ano para cá, as ações da Positivo praticamente dobraram de valor, destoando da forte instabilidade que atinge o setor de tecnologia. PSSA3 acumula perda de 3% em 2021, mostrando perdas relativamente tímidas em meio à turbulência da bolsa no segundo semestre.