O Ibovespa começou o dia em busca de mais um dia de recuperação Mas, diante de um cenário cheio de incertezas, nem mesmo as sinalizações pró-mercado feitas pelo governo parecem conseguir sustentar o movimento nesta quarta-feira (24). O clima no exterior é o que mais tem pesado por aqui, o que faz com que a bolsa brasileira se mantenha instável.
Por volta das 17h, o principal índice da bolsa brasileira subia de 0,44%, aos 115.722 pontos, após uma melhora em Nova York. O dólar à vista recua 0,40%, a R$ 5,4207. As ações da Petrobras permanecem buscando reverter o tombo de 20% da segunda-feira e operam em alta de cerca de 1%.
Ontem, a bolsa brasileira se recuperou pesando as sinalizações de que a intervenção do governo na Petrobras foi pontual e que a agenda de reformas e as pautas econômicas devem seguir caminhando. A apresentação da MP que permitirá a capitalização da Eletrobras também foi um dos destaques.
O texto, publicado em edição extra do Diário Oficial, indica que o BNDES deve iniciar estudos para a desestatização da companhia e de suas subsidiárias, com exceção da Eletronuclear e da Itaipu Binacional. Com a medida, é dada a largada para possibilitar a contratação dos serviços técnicos necessários ao processo de desestatização, que deve ser feito por meio de diluição da participação da União no capital da empresa.
A semana que vem que nunca chega
Mas hoje, a história é um pouco diferente. O dia começa com o mercado digerindo a notícia de que a PEC Emergencial, que deve destravar a nova rodada do auxílio emergencial, deve mais uma vez ficar para a semana que vem.
A pauta estava prevista para ser votada na próxima quinta-feira (25), mas, devido às críticas, deve passar por alterações. No texto atual, o governo retira os gastos mínimos com saúde e educação, fazendo com que o montante total destinado a esses setores seja revisto todos os anos. Na leitura dos analistas da XP Investimentos, a proposta da PEC é positiva "dadas as condições de contorno". O risco fica justamente com a capacidade de aprovação do texto.
No cenário corporativo, a Petrobras, foco dos últimos dias, segue em destaque. Após o fechamento do mercado, a empresa irá divulgar o seu balanço do quarto trimestre de 2020.
Em meio às preocupações com o índice de inflação, os investidores também devem repercutir o IPCA-15, divulgado agora pela manhã. Embora o número tenha vindo menor do que a mediana das expectativas do mercado, o índice, considerado uma prévia da inflação, teve alta de 0,48%, o maior nível para fevereiro desde 2017. O resultado foi pressionado principalmente pela alta dos combustíveis.
Com o resultado, o mercado segue precificando a retomada de alta da taxa Selic, hoje em 2% ao ano, já na próxima reunião do Copom. Confira as taxas dos principais contratos de juros hoje:
- Janeiro/2022: de 3,45% para 3,49%
- Janeiro/2023: de 5,19% para 5,25%
- Janeiro/2025: de 6,82% para 6,90%
- Janeiro/2027: de 7,49% para 7,57%
Powell em destaque
No exterior, o mercado fica de olho em mais uma participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na Câmara dos Representantes.
Em meio à retomada das principais economias do globo, preocupa o estágio da inflação, o que pode obrigar os BCs a apertarem novamente suas políticas monetárias, e a disparada dos títulos do Tesouro Ameriano, o que pressiona o câmbio e também o mercado de juros brasileiro.
Nesta manhã, os juros longos dos Estados Unidos alcançaram a máxima do ano, alimentados pela ideia de que os estímulos fiscais abundantes irão resultar em inflação.
Powell voltou a sinalizar que para uma economia forte é preciso estímulos monetários e que não enxerga riscos para a inflação no longo prazo, que deve ficar ancorada em 2%.
Durante a madrugada, as bolsas asiáticas fecharam em queda. Refletindo um otimismo com números mais brandos da pandemia, o dia começa no azul na Europa. As bolsas americanas abriram o dia em queda, mas conseguiram se recuperar ao longo do dia, após certa instabilidade.
Sobe e desce
A Braskem lidera as altas do dia, repercutindo a notícia de que a subsidiária mexicana da companhia está próxima de um acordo com o governo do México, o que permitira a retomada integral das atividades no país.
A Eletrobras também segue em destaque após o encaminhamento da MP que pode dar a partida no processo de privatização da companhia. Na sequência temos os papéis da Gerdau, que repercutem os dados positivos do quarto trimestre de 2020.
Confira as principais altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 32,23 | 7,11% |
ELET6 | Eletrobras PNB | R$ 34,43 | 6,27% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 16,67 | 5,91% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 26,92 | 4,62% |
ELET3 | Eletrobras ON | R$ 34,08 | 4,32% |
Confira também as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 31,08 | -1,89% |
CYRE3 | Cyrela ON | R$ 25,51 | -1,77% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 3,89 | -1,77% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 26,73 | -1,84% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 19,13 | -1,70% |