Site icon Seu Dinheiro

Tempo feio não perdura e Ibovespa dribla ruídos políticos para fechar o dia acima dos 125 mil pontos; dólar cai a R$ 5,23

Montagem com um campo em dia de sol e chuva

A tempestade anunciada pela nuvem negra que se formou no mercado acionário global na segunda-feira (19) parece ter se transformado em uma chuva de verão. Daquelas que assustam e fazem barulho, mas logo vão embora. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Depois do tombo de ontem, o dia amanheceu com sol intenso. Bom, pelo menos foi isso que aconteceu em Nova York. Para Victor Benndorf, analista da Apollo Investimentos, o coronavírus é pauta superada e os temores expressos pelo mercado no pregão de ontem estão mais ligados à continuidade dos estímulos, o que traz dúvidas sobre a recuperação global.

Nas últimas semanas, a China reduziu o seu compulsório, levantando dúvidas sobre o estado da sua economia, e os Estados Unidos seguem registrando uma intensa compra de ativos do Tesouro. A variante delta e o risco que a nova cepa pode trazer para a economia global ainda pairam no ar, mas o Nasdaq avançou 1,57%, o S&P 500 teve alta de 1,52% e o Dow Jones subiu 1,62%.

O VIX, considerado o "índice do medo" e que mede a expectativa de volatilidade no mercado, recuou mais de 12%, após ter subido mais de 20% na véspera. Por aqui, foi preciso um pouco mais de paciência para que o mercado local acompanhasse o movimento visto no exterior e, ainda assim, a recuperação não foi tão firme, limitada pelo cenário político local. 

O Ibovespa conseguiu fechar o dia bem longe das mínimas e retomar o patamar técnico dos 125 mil pontos, em alta de 0,81%, aos 125.401 pontos. Além do referencial de Nova York, as perspectivas menos catastróficas para a economia global levaram a uma recuperação do petróleo - que fechou o dia em alta de menos de 1%, após o tombo de 7% de ontem - , o que ajudou a Petrobras a reverter parte das perdas do dia anterior e sustentar o índice. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O dólar à vista também chegou a operar em alta no começo da manhã, mas se firmou em patamares mais baixos ao longo da tarde, quando os negócios locais ganharam tração. A moeda americana encerrou o dia em queda de 0,37%, a R$ 5,2311. 

Com o cenário externo favorável, o mercado de juros seguiu a mesma tendência dos últimos dias e operou em queda. Confira as taxas de fechamento:

Vazio não é paz

Brasília pode estar vazia, mas a preocupação do mercado com as idas e vindas políticas não cessaram com o início do recesso parlamentar. Os parlamentares estão de férias, mas os ruídos políticos não. 

Primeiro, temos o presidente Jair Bolsonaro desgastando a já debilitada relação dos Três Poderes com novas acusações de fraudes no sistema de urnas eletrônicas. Outro ponto de tensão é a espera pelo veto do presidente ao fundo eleitoral de quase R$ 6 bilhões e que foi incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022. Bolsonaro já deixou claro que irá vetar o trecho, o que deve gerar insatisfação no Congresso. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para Benndorf, da Apollo Investimentos, a bolsa brasileira perde parte da correlação com os seus pares internacionais justamente pelo cenário mais complexo e pesado que observamos na capital federal — e o embate de Bolsonaro com o fundo eleitoral deve piorar a situação da base de apoio do governo no Congresso. Para o analista, as probabilidades de aprovação se esgotam com a proximidade das eleições em 2022 e as chances de desidratação dos textos das reformas são altas.

Quer saber quais são as grandes apostas da bolsa para o segundo trimestre? Confira no vídeo abaixo:

Sobe e desce

O principal destaque do dia foram as ações dos frigoríficos. A China tem encontrado dificuldades em controlar a peste suína que ataca os seus rebanhos, o que leva as empresas brasileiras a manterem por mais algum tempo o fluxo de exportações para o continente asiático. A JBS, líder no processamento de suínos, se isolou com o melhor desempenho durante todo o pregão. Confira as maiores altas da bolsa nesta terça-feira:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
JBSS3JBS ONR$ 30,616,69%
EMBR3Embraer ONR$ 18,325,90%
LAME4Lojas Americanas PNR$ 8,335,44%
MRFG3Marfrig ONR$ 19,674,24%
GOLL4Gol PNR$ 21,533,51%

Confira também as maiores baixas:

CÓDIGONOMEVARIAÇÃOVAR
HAPV3Hapvida ONR$ 14,75-3,02%
GNDI3Intermédica ONR$ 81,95-2,32%
MRVE3MRV ONR$ 15,76-1,99%
EZTC3EZTEC ONR$ 29,13-1,99%
AMER3Americanas S.A. ONR$ 61,24-1,10%
Exit mobile version