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Próximos passos do Fed seguem gerando incerteza e Ibovespa acompanha cautela global; dólar vai a R$ 5,11

federal reserve bola de cristal

O mercado financeiro está sofrendo um grande conflito interno. No incessante monólogo que já dura meses — e que ainda deve persistir por um bom tempo. Afinal, a inflação americana é ou não é transitória? Eis a questão…

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Nos últimos dias, dois índices de inflação divulgados nos Estados Unidos mostraram números mais salgados do que o esperado, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho parece se recuperar de forma mais lenta. Os membros votantes do Federal Reserve confundem ainda mais o meio de campo, com opiniões divergentes sobre quando será o momento ideal para se começar a discutir efetivamente a retirada dos estímulos monetários. 

Buscando clareza em águas turvas, a participação de Jerome Powell, presidente do BC americano, em comissões da Câmara e do Senado quase monopolizaram a atenção dos investidores nos últimos dias. A expectativa era de que o chefe do Fed trouxesse respostas, mas, ao invés disso, o que fica são mais perguntas. 

Ontem, a tentativa de fala tranquilizadora de Powell permitiu resultados melhores e levou o Ibovespa ao seu terceiro pregão consecutivo de alta, mas o movimento não se estendeu para esta quinta-feira (15). 

A bolsa brasileira chegou a abrir o dia em alta, descolando do sinal negativo predominante em Nova York, mas não conseguiu sustentar o apetite por risco. Assim que Powell iniciou sua fala no Senado, o mercado financeiro global se deteriorou e o Ibovespa acompanhou. 

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Em sua participação no Senado, Powell se mostrou incomodado com o nível atual da inflação e afirmou que a elevação dos preços acima da meta é um desafio para a política monetária da instituição, mas voltou a ressaltar o enfraquecimento do mercado de trabalho. Para o dirigente, o momento é apropriado para se manter a política acomodatícia, pois o desemprego segue alto no país.

As preocupações com os próximos passos do Federal Reserve estão em primeiro plano, mas não são as únicas no radar. A cautela com o avanço da variante delta do coronavírus e uma nova queda do petróleo no mercado internacional também entraram na conta. O Dow Jones conseguiu virar para o positivo na reta final do pregão e fechou o dia em leve alta de 0,15%, mas o Nasdaq e o S&P 500 recuaram 0,70% e 0,33%, respectivamente. 

No Brasil, as discordâncias em torno da reforma tributária e a internação de Jair Bolsonaro geram mais incertezas. O Ibovespa fechou o dia longe das mínimas, mas recuou 0,73%, aos 127.467 pontos, após três pregões de ganhos. 

O dólar à vista, por sua vez, acompanhou o movimento visto no exterior e subiu 0,60%, aos R$ 5,1147. O mercado de juros futuros se manteve pressionado ao longo de todo o dia. Confira as taxas de fechamento dos principais contratos. 

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Passos lentos

Enquanto todos só falam em inflação, o presidente do BC americano também está de olho nos dados do emprego, ainda distantes do patamar pré-pandemia. A situação preocupa, e o Fed reforça o compromisso de manter os estímulos até que as duas metas sejam atingidas - pleno emprego e inflação controlada.

Falando em mercado de trabalho, os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram em 26 mil, e somaram 360 mil novas solicitações, de acordo com o departamento de trabalho dos EUA, em linha com o esperado pelo mercado. 

Nó na garganta

A redução da alíquota do imposto de renda de pessoas jurídicas e a manutenção da isenção dos rendimentos dos investimentos em fundos imobiliários no IR, contidos no substitutivo da reforma tributária, foram bem recebidas pelo mercado nos últimos dias, mas isso não significa que os incômodos com o tema acabaram. 

O proposto pelo relator da pauta, Celso Sabino, é que a redução no IRPF seja compensada pela redução dos subsídios fiscais dados a empresas atualmente. Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, mexer nesse vespeiro é algo muito complexo e envolve não só as empresas, mas também Estados e municípios, que podem se opor ao modelo de compensação, dificultando a aprovação da pauta.

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Cabo de guerra

O recuo nos preços do barril de petróleo pesou sobre a bolsa brasileira. A commodity segue pressionada pela demanda mundial, que só deve retomar em 2022, de acordo com o relatório mensal da Opep. Além disso, a indefinição sobre o futuro da produção dos principais países segue gerando desconforto. O petróleo WTI para agosto fechou o dia em queda de 2,02%. Já o Brent para setembro recuou 1,73%. 

Já o minério de ferro reagiu positivamente aos dados da economia chinesa e encerrou as negociações com alta de 1,57% na bolsa de Qingdao, na China, cotado a US$ 222,09 a tonelada

O PIB chinês subiu 7,9%, em linha com as expectativas, enquanto a produção industrial desacelerou de 8,8% em maio para 8,3% em junho, mas ainda acima das projeções de 7,8% do The Wall Street Journal. 

As vendas do varejo também saltaram 12,1%, acima das projeções de 10,9%. Mas desaceleraram em relação ao mês anterior, quando registraram alta de 12,4%.

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Sobe e desce

As ações do Magazine Luiza lideraram as altas do dia após a companhia ter anunciado a aquisição da KaBuM!, maior e-commerce de games do país, em mais um passo agressivo de expansão e diversificação de portfólio. A empresa também irá realizar uma nova oferta de ações que pode levantar mais de R$ 4 bilhões para financiar a empreitada. Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 23,803,79%
CSNA3CSN ONR$ 46,301,98%
BPAC11BTG Pactual unitsR$ 32,191,80%
TOTS3Totvs ONR$ 38,481,58%
JHSF3JHSF ONR$ 7,841,03%

Confira também as maiores quedas:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CVCB3CVC ONR$ 26,19-3,54%
PCAR3GPA ONR$ 35,55-2,97%
SULA11SulAmérica unitsR$ 32,93-2,63%
LAME4Lojas Americanas PNR$ 20,59-2,46%
SUZB3Suzano ONR$ 57,34-2,45%
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