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Em mais uma sessão volátil, Ibovespa fecha em alta – mas cenário inspira cautela

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A semana começou com um comportamento claro de quem segue em cima do muro. Depois de um dia de grandes oscilações, o Ibovespa voltou a fechar em um terreno próximo da estabilidade. 

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Com os próximos dias prometendo agitação em Brasília, ao mesmo tempo que a recuperação econômica global parece estar encaminhada, o principal índice da B3 fechou o dia com um avanço de 0,27%, a 119.209,48 pontos. O ritmo, no entanto, não está tão veloz quanto o esperado pelos analistas. O dólar à vista recuou 0,24%, a R$ 5,4188, após dados mais fracos que o esperado nos Estados Unidos. 

O dia começou positivo para os índices pelo mundo e em Nova York, mas as negociações perderam um pouco de força na última hora. A razão para a desaceleração no exterior foram alguns dados da economia americana que vieram abaixo do esperado pelos analistas.

A semana que começa hoje tem assuntos delicados no radar. Na quarta-feira (05), é dia de decisão de política monetária em terras brasileiras e, nos próximos dias, diversos membros e ex-membros do governo devem depor na CPI da Covid-19, em Brasília. Com isso, os investidores acabaram adotando uma postura mais cautelosa com relação aos juros futuros, indo na contramão do visto no câmbio. Confira as taxas do dia:

Lentidão inesperada

Em Wall Street os principais índices também perderam força e fecharam mistos, com o Nasdaq no vermelho. Enquanto o Dow Jones fechou em alta de 0,70%, o S&P 500 avançou 0,27% e o Nasdaq caiu 0,48%. 

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O que tirou força dos negócios foram os números do índice de gerentes de compras (PMI) da indústria americana, que veio a 60,7, e os investimentos em construção do país, de 0,2%, que vieram bem abaixo da projeção dos economistas. Os números mais fracos impactam principalmente a trajetória do dólar.

Favorecendo o mercado emergente, sinais de que a economia não está ‘superaquecida’ trouxeram alívio ao retorno dos Treasuries americanos. O presidente americano, Joe Biden, também ficou no radar dos investidores. Em pronunciamento, Biden voltou a reforçar a necessidade dos pacotes trilionários para a recuperação completa da economia americana. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, também voltou a mostrar otimismo com a recuperação, mas reforçou que a atividade ainda está longe do ideal.

Outro foco dos investidores globais é o avanço da pandemia na Índia, que registrou mais de 400 mil novos casos em um único dia.

Movimentação em Brasília

A agenda doméstica também está movimentada e promete seguir assim ao longo da semana. Quarta-feira é dia de Copom e o mercado já espera um novo aumento de 0,75 p.p, o que deve levar a taxa básica de juros a 3,5% ao ano.

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Mas essa não é a única preocupação doméstica. Os investidores estão atentos aos sinais do Congresso com relação ao andamento das reformas tributária e administrativa. O governo pretende uma “simplificação tributária”, a começar pela substituição do PIS/Cofins pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). O ministério da Economia deve enviar a reforma “fatiada” para que o texto seja acoplado a outras PECs que já tramitam na Câmara e acelerar a aprovação.

E a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara convoca o ministro Paulo Guedes para prestar depoimento sobre o texto da reforma administrativa. A audiência está marcada para às 14h de hoje

CPI da Covid

Enquanto o andamento das reformas traz algum alívio para o mercado, os trabalhos da CPI da covid-19 seguem gerando incerteza. Para Bruno Musa, economista sócio da Acqua Investimentos, o assunto não deve ter grandes impactos no cenário geral. 

Todos os ministros da Saúde que estão ou já passaram pela pasta foram convocados para prestar depoimento na CPI da Covid. Na agenda, devem depor Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta (terça-feira, 4), o general Eduardo Pazuello (quarta-feira, 5) e o atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga (quinta-feira, 6).

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Pazuello é considerado o depoente mais sensível, já que foi durante a sua gestão do Ministério da Saúde que a crise do oxigênio em Manaus atingiu o seu ápice e o uso de tratamento precoce com o “kit covid”, sem comprovação científica, se intensificou.

O que rolou?

Fora do Ibovespa, quem chamou a atenção foram as ações do banco digital Modalmais, uma das muitas novatas da bolsa.

A B3 informou o cancelamento dos negócios com os papéis MODL3, MODL3F, MODL4 MODL4F a partir da última sexta-feira (30). As units (MODL11), ativos com maior liquidez, não foram afetadas. Até o fechamento desta matéria, a B3 não havia dado mais detalhes sobre a suspensão.

Sobe e desce

Com as expectativas por bons resultados na temporada de balanços, as ações do setor financeiro apresentaram mais um dia de alta expressiva, contribuindo positivamente para o desempenho do Ibovespa. 

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Mas o principal destaque ficou com as ações das administradoras de shopping centers. Segundo Marcio Lórega, analista técnico da Ativa Investimentos, a redução da média móvel de óbitos e os primeiros efeitos da vacinação na população mais idosa começam a impactar positivamente as projeções para o varejo.  

Outro papel de destaque foi a CCR, que acabou de prorrogar o seu contrato de concessão do Sistema Anchieta-Imigrantes até março de 2033 com o governo de São Paulo, tema que vinha trazendo incerteza aos papéis. 

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
IGTA3Iguatemi ONR$ 38,705,16%
CCRO3CCR ONR$ 12,655,07%
BRML3BR Malls ONR$ 9,994,94%
RAIL3Rumo ONR$ 20,874,35%
TOTS3Totvs ONR$ 32,454,34%

Confira também as maiores quedas:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
SBSP3Sabesp ONR$ 40,00-6,50%
BRKM5Braskem PNAR$ 50,04-4,69%
CVCB3CVC ONR$ 22,95-4,26%
USIM5Usiminas PNAR$ 21,73-3,21%
MRFG3Marfrig ONR$ 18,87-2,68%
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