Por que a Empiricus vê uma tempestade perfeita nos mercados: ‘cenário não é favorável para ativos brasileiros’
O coronavírus trouxe um alerta sanitário para o mundo. Como consequência dele veio uma crise econômica. O cenário político não ajuda. Mesmo após a pandemia passar, o mundo ficará com sequelas; veja o que fazer.

Tempestade perfeita. Essa é a metáfora para explicar o cenário para os mercados usada por Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden, sócios-fundadores da Empiricus Research. O termo, que já foi usado antes pelos economistas Armínio Fraga e Delfim Netto, sintetiza a conjunção de fatores negativos que rondam a economia brasileira neste momento.
O Felipe e o Rodolfo criaram um plano para navegar nesse período turbulento. A meta é proteger o patrimônio e buscar retornos em meio à tempestade. Na segunda-feira à noite, eles fizeram uma live para explicar os conceitos gerais desse plano. Eis aqui um resumo dos melhores momentos da transmissão:
Por que é uma tempestade perfeita?
O coronavírus trouxe um alerta sanitário para o mundo. Como consequência dele veio uma crise econômica. O cenário político não ajuda. Mesmo após a pandemia passar, o mundo ficará com sequelas.
Lockdown em SP? Segunda onda de contágios?
Ninguém poderia prever no início do ano que um vírus colocaria o mundo em isolamento social. O cenário traz uma série de incertezas: quanto tempo vai durar o isolamento social? É possível que haja uma segunda onda de contágios? O que acontecerá quando os hospitais brasileiros atingirem a ocupação máxima? Veremos uma pilha de mortos? São Paulo entrará em lockdown? A verdade é: ninguém sabe.
Recuperação em ‘V’ só em sonho
O mundo entrará em recessão por causa do coronavírus. O Brasil não vai escapar. O Goldman Sach’s prevê, por exemplo, um tombo de 7,4% no PIB do país em 2020. O número varia, mas isso pouco importa. É certo que a economia brasileira vai levar um tombo feio.
A visão de Felipe e Rodolfo é que a recuperação em V, ou seja, rápida, é improvável. “Paulo Guedes fala da recuperação em V, mas tenho certeza que nem ele acredita nisso”, disse Rodolfo.
Felipe considera que o país não tem capacidade de política econômica para responder à crise. “O Brasil já tinha problema fiscal pré-covid. Agora ficou pior ainda. Vamos conseguir dar conta do problema fiscal?”, questionou. Além disso, ele cita a baixa eficácia da política monetária.
“Se o Banco Central corta juro ajuda ou atrapalha a economia? O que tem acontecido na prática após os cortes é que o juro longo e o dólar sobem. E isso prejudica investimento e consumo”, explica.
Com o ambiente desfavorável para consumo e investimento e sem orçamento para gastos públicos, a recuperação da economia é restrita. A chance é aumentar a conta de exportações e o agronegócio.
Brasília não ajuda – e atrapalha
A agenda liberal do governo está em xeque. O governo de Jair Bolsonaro foi eleito com a proposta de se afastar da "velha política", mas acaba de abraçar o Centrão. As consequências já aparecem na nomeação de nomes conhecidos da velha política, como Carlos Marum ao conselho de Itaipu, ou indicação do ex-deputado Valdemar Costa Neto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A ideia de gestão profissional nas estatais foi abandonada? Há crescente incerteza sobre a possibilidade de realização de reformas liberais no novo ambiente político.
A própria governabilidade de Jair Bolsonaro está em discussão. O rompimento com Sergio Moro trouxe um novo risco político. O STF precisa decidir se tornará público o vídeo de uma reunião ministerial gravada apontada como prova de tentativa de Bolsonaro de intervir na Polícia Federal para defender seus filhos, alvo de investigações.
A crise política ameaça até mesmo o ministro Paulo Guedes. Seu projeto é enfraquecido a cada indicação política para estatais. O próprio Guedes não é perfeito, como lembrou Felipe Miranda. A seu ver afirmações de que o "Brasil vai surpreender o mundo" ou de que "recuperação será em V" adotam um tom político e sem embasamento econômico.
"Paulo Guedes pode tentar salvar o navio e afundar junto."
O que pode acontecer com os mercados
Felipe e Rodolfo deixaram bem claro: de certo neste mercado só a incerteza. Isso significa que podemos esperar grande volatilidade nas bolsas globais e o aumento do risco.
Recuperação 'fake' na bolsas
Felipe Miranda mostra um ceticismo com o movimento recente de recuperação das bolsas. "Pode ser um bull trap (armadilha para touro, um movimento de alta sem consistência). Todos os bear markets (quando o mercado cai) da história tiveram esse movimento".
Ele explica que o valor intrínseco das empresas mudou após o coronavírus. A pandemia provocará uma redução nos seus fluxos de caixa futuros. Nesse cenário, o valor dos negócios é menor.
No entanto, os preços das ações não estão refletindo esse novo cenário. "Hoje o preço é de 20 vezes os lucros do S&P 500 (índice das 500 maiores empresas abertas dos EUA) para 2021. Então, do ponto de vista estrutural, a bolsa americana está mais cara do que antes da crise. Mas o que acontece no momento de crise é pagar mais barato para o mesmo lucro, porque há mais incertezas," disse Felipe.
Ele lembrou que uma queda nas bolsas americanas tende a derrubar com ela a bolsa brasileira. A visão de Felipe é que há grandes chances de nova queda da bolsa.
"Não somos torcedores. Somos analistas. E a matriz de risco e retorno não é favorável para os ativos brasileiros." Felipe Miranda.
Qual é o plano, afinal?
Felipe e Rodolfo montaram o Masterplan, que é um plano para aproveitar oportunidades de curto e longo prazo durante a crise. A Empiricus já fez isso outras vezes, com sucesso, como na época que antecedeu o impeachment de Dilma Rousseff, no seu projeto "O Fim do Brasil", e no Joesley Day, em 2017.
- Curto prazo: Felipe e Rodolfo vão dar orientações diárias para os investidores nos próximos 60 dias. A visão geral é de que o momento exige proteções, como ouro e dólar e manutenção de caixa. Há algumas oportunidades pontuais de compra de ações, geralmente, empresas resistentes à crise (veja duas indicações abaixo).
- Longo prazo: em momentos de estresse é possível montar operações irreplicáveis em cenários normais. "A tempestade perfeita também pode ser perfeita para construir posições em ativos de risco a preços vantajosos", disse Rodolfo.
Felipe ressalta que o projeto não é para dar "dicas de uma ação que caiu e está barata". "É uma gestão de portfólio profissional, considerando uma matriz de risco e retorno, que envolve todos os ativos e não apenas a bolsa".
Ele alerta que a obsessão de investidores em obter os maiores ganhos pode passar pela irresponsabilidade. "Veja, o melhor investimento da década foi quem comprou 100% de bitcoin. Mas esse cara tomou uma boa atitude? Foi um bom investidor? Não dá para colocar todas as fichas em um cenário tão incerto."
Primeiras indicações de investimento
Felipe e Rodolfo deram no início da semana as primeiras orientações para os investidores que querem seguir o Masterplan. Veja só o que eles falaram.
Proteções
A indicação é que 30% do portfólio seja alocado em ouro e dólar. A forma mais fácil de fazer esse investimento é por meio de fundos (atenção às taxas).
Duas ações para comprar
- Suzano: a companhia é exportadora e ganha com a alta do dólar. Além disso, mostrou um balanço robusto, com boa gestão de estoques, o que permitirá a manutenção de preços mesmo no cenário de crise.
- Eneva: companhia tem uma história positiva. O segmento de energia é uma boa pedida, por ser regulado e um negócio mais resistente à crise. A Eneva acabou de ter frustrados os seus planos de fusão com a AES Tietê. A visão do Rodolfo é que "quem perder foi a AES, a Eneva tem muitos potenciais sozinha". Ela também pode ganhar com uma eventual abertura do mercado de gás.
A live foi só uma amostra de como vai funcionar o Masterplan. Você encontra mais informações sobre o projeto neste link. Se preferir entrar para o grupo rapidamente, este é o caminho direto para a inscrição com um clique.
Um detalhe importante: a Empiricus ofereceu 20 dias gratuitos de acesso para o projeto e uma série de outros benefícios, como a oferta da assinatura Carteira Empiricus vitalícia. Quer dar uma espiada?
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