Nem um Banco Central atuante foi capaz de domar a espiral de alta dólar, pelo menos até agora.
As intervenções da autoridade monetária no mercado cambial totalizaram US$ 20,1 bilhões até o dia 18 deste mês, segundo informou o BTG Pactual, em relatório assinado pela economista Iana Ferrão. Apesar da injeção no mercado, com o objetivo de incrementar a oferta da moeda, o dólar chegou a superar R$ 5,20 no pregão desta quarta-feira, na máxima histórica intra-diária.
Houve venda de US$ 8,1 bilhões no mercado à vista, de US$ 6 bilhões por meio de contratos de swap cambial e de US$ 6 bilhões por meio dos leilões de linha (operações de venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra).
Na última semana, o mercado registrou saída de US$ 0,7 bilhões, mas o fluxo comercial ainda é positivo no mês, de US$ 3,5 bilhões. Isto se deve à significativa depreciação do real no período, que levou exportadores a anteciparem o fechamento de contratos de câmbio e importadores a postergá-los.
"Em nossa visão, esse movimento pode persistir por algumas semanas, tendo em vista que o real permanece em trajetória de depreciação, mas não é sustentável", disse o BTG.