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Itaú reduz projeções para PIB e Selic em 2020, mas ainda vê dólar a R$ 4,15

Fachada de agência do Itaú

O Itaú reduziu sua previsão para crescimento do PIB do Brasil, de 2,2% para 1,8%, e para Selic, de 4,25% para 3,75%, em 2020, segundo relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita. O banco manteve, no entanto, sua expectativa para o dólar, ainda esperando que a moeda termine 2020 a R$ 4,15.

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O corte na projeção do PIB reflete sinais de desaceleração maiores que o esperado no 1º trimestre de 2020, além do arrefecimento da economia global em razão do surto do novo coronavírus, que deve ter efeitos negativos sobre o crescimento. Para 2021, o Itaú ainda projeta uma expansão de 3%.

A diminuição da previsão para Selic ao fim do ano, por sua vez, alinha-se com a visão de que haverá um choque desinflacionário em razão do vírus. A princípio, o banco vê um corte de 0,25 ponto. "No contexto atual, acreditamos que cortes de magnitude maior poderiam elevar o risco de aperto das condições financeiras e, assim, atuar de forma contraproducente", de acordo com o relatório.

O ritmo de cortes da Selic, no entanto, dependerá das decisões monetária em economias centrais, como a dos Estados Unidos, diz o Itaú, que projeta flexibilização adicional de 0,25 ponto em função do impacto do surto que deve se estender por alguns meses.

A projeção para dólar se manteve em R$ 4,15 para tanto 2020 como 2021 — bem longe do atual nível da moeda, cotada a R$ 4,63. No momento, reconhece o Itaú, a divisa brasileira continuará pressionada pelo "elevado nível de incerteza na economia global" e "redução do apetite ao risco", que limita fluxos para economias emergentes.

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Entretanto, à medida que o surto for se dissipando, a aversão ao risco diminuirá, a economia local terá aceleração e haverá espaço para o real se apreciar, diz o banco, que afirma que seus modelos apontam para isso.

"Levando em conta o preço de outros ativos brasileiros e outras moedas emergentes, a moeda brasileira deveria estar mais perto de 4,00 reais por dólar", diz o relatório.

Em 19 de fevereiro, os economistas do Itaú já falavam em uma "pressão momentânea" sobre o real. "A gente espera que, com a perspectiva de crescimento, haja um fluxo maior de capital para o Brasil", disse durante o evento Macro em Pauta, para apresentar as previsões do banco.

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