O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (12) que uma taxa de câmbio mais alta é "boa para todo mundo" e que os brasileiros devem viajar mais dentro do País.
"Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo para a Disneylândia. Uma festa danada", disse em palestra no evento realizado em Brasília no final da tarde de ontem. "Peraí. Vai passear ali em Foz de Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, cheio de praia bonita".
O ministro ainda afirmou que é melhor ter juros a 4% e câmbio a R$ 4,00, do que câmbio a R$ 1,80 e juros de 14%. Nesta quarta-feira, a moeda americana terminou o dia a R$ 4,350, um novo recorde nominal — foi quinta sessão consecutiva em que o dólar renovou as máximas de encerramento.
E a reforma administrativa?
Guedes também voltou a dizer que o governo prepara reforma administrativa, apesar das indicações de que o Planalto praticamente desistiu de enviar proposta ao Congresso. "Estamos propondo reforma administrativa que não atinge nenhum direito adquirido", afirmou Guedes, se defendendo de críticas após ter classificado servidores de "parasitas".
O ministro afirmou que o governo projeta um "Estado futuro com meritocracia". "Com 20 a 30 carreiras em vez de 300", disse. Guedes lembrou que a ideia é implantar um período de experiência no setor público antes que o cidadão atinja a estabilidade no emprego.
O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, noticiou ontem, 11, no entanto, que a reforma não tem mais prazo para chegar aos parlamentares. O recuo foi decidido pelo Planalto após consultas a lideranças parlamentares, que apontaram falta de "clima político" para o envio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
No entanto, Guedes sinalizou que não desistirá das reformas defendidas por ele e sua equipe econômica. "Temos um rumo definido e não vamos recuar, podemos bater no muro uma ou duas vezes, mas damos a volta. Temos um presidente determinado e um Congresso reformista", disse.
Ao destacar os custos com a folha de salário no serviço público, o ministro ainda lembrou da necessidade de se aprovar a PEC da emergência fiscal para que os governos consigam acessar gatilhos de contenção de gastos mais rapidamente durante períodos de crise.
*Com Estadão Conteúdo