Na semana passada, falamos sobre a avaliação por múltiplos e algumas armadilhas que você deve prestar atenção quando está utilizando esta ferramenta.
O principal erro é utilizar o tal "preço/lucros" para analisar empresas que estão em elevado ritmo de crescimento.
Isso porque boa parte do valor dessa empresa estaria nos resultados futuros, e como o "p/l" utiliza os lucros atuais, as duas coisas não conversam.
Contudo, quando se trata de resultados estáveis, ainda podemos usar e abusar desse método útil e definir a atratividade de um investimento em poucos minutos.
Podemos inclusive entender – e aproveitar – uma mudança estrutural que tem acontecido no mercado financeiro brasileiro.
Preço/Lucros na renda fixa
Podemos facilmente adaptar o modelo de avaliação por múltiplos de ações para a Renda Fixa, quer ver?
Em 2016, a Taxa Selic rondava os 14% ao ano e cada R$ 100 reais investidos em uma LFT renderia R$ 14 reais no final do ano.
Podemos tratar o rendimento como um lucro e, com base naquela continha que aprendemos na semana passada, concluímos que esse título estava negociando a 7,1 vezes lucros em 2016.
Ou seja, você demoraria 7 anos para reaver o investimento realizado nelas e sem correr qualquer risco.
Nada mal, considerando que o próprio Ibovespa tem negociado bem acima de 10 vezes preço/lucros nos últimos anos e ainda carrega o risco de se investir em ações.
Acabou-se o que era doce
Mas se você está a par das últimas notícias do mercado, já deve ter visto que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic para 2% ao ano na semana passada.
Neste momento, o mesmo investimento de R$ 100 em um título LFT vai render para o seu bolso R$ 2 no fim de um ano.
Isso significa o mesmo que pagar 50 vezes lucros em um ativo.
Não quer tomar risco? Então vai ter que esperar até 2070 para receber o dinheiro investido de volta. "No pain, no gain."
Mudança de paradigma
É por esse motivo que, em poucos anos, o Brasil passou de paraíso dos rentistas – aqueles que ganhavam um bom dinheiro sem precisar se arriscar – para um país onde investir em ações não só faz sentido, como passa a ser necessário para qualquer um que busca garantir tranquilidade financeira no longo prazo.
Não é à toa que a indústria de investimentos virou de pernas para o ar desde o início dos cortes de juros, em outubro de 2016.
A alocação média dos fundos em renda variável (ações, opções, fundos imobiliários, etc) tem subido bastante.
E uma enxurrada de pessoas físicas têm tirado o dinheiro da poupança e do Tesouro Direto em busca de investimentos com maior rentabilidade na bolsa.
As maiores beneficiadas
Com o fim da aberração da Taxa Selic "negociando" a 7x lucros, a maior vencedora é a própria economia brasileira.
Em um país onde a renda fixa sem risco traz mais retorno que ações, por que alguém vai correr o risco de comprar ações ou abrir uma empresa?
Não existe o menor incentivo!
No entanto, agora que a taxa básica de juros está em níveis decentes, mais gente está disposta a investir em ações ou abrir empresas, mais dinheiro as companhias terão para investir, mais empregos serão gerados e quem ganha é o país.
Também podemos aproveitar esse movimento como investidores. Como você já deve ter notado, as ações da B3 serão uma das grandes beneficiadas dessa mudança estrutural, com mais gente migrando para a bolsa e mais fundos investindo em ações – ambos os processos ajudando os resultados da companhia por vários anos.
Mas há outras oportunidades que devem aproveitar o momento atual pra apresentar uma valorização ainda maior, como é o caso da empresa que Max Bohm identificou na série As Melhores Ações da Bolsa.
Segundo o Max, ela tem tudo para se transformar NA ação do segundo semestre, se beneficiando, inclusive, das eleições norte-americanas que acontecem em novembro.
Deixo aqui o convite caso queira conhecer a série que, além dessa sugestão, ainda traz outras 15 indicações para investir agora e começar a capturar a recuperação da bolsa.
Um grande abraço e até a próxima!