Caro leitor,
A semana começou com o pé direito nos mercados. Nem parece que estamos em meio a uma crise sem precedentes na história. O Ibovespa disparou mais de 4%, fechando acima dos 80 mil pontos, seu melhor desempenho desde o início de abril. Já o dólar recuou para perto dos R$ 5,70 novamente.
Um dos motivos para tanto otimismo foi justamente a notícia de que podemos estar mais perto de uma vacina contra o coronavírus do que imaginávamos. A Moderna, empresa americana de biotecnologia, anunciou avanços importantes nos testes com a vacina que está desenvolvendo, o que inclusive levou suas ações a dispararem quase 20% só hoje.
Essa não foi a única boa notícia do dia, que também contou com a aprovação, pelos deputados americanos, de mais uma inundação de dinheiro na economia. Mas sem dúvida a descoberta de uma vacina e/ou uma cura para a covid-19 seria a melhor notícia que poderíamos ter agora, em todos os sentidos.
Os fatores de risco, porém, não se dissiparam no horizonte, e é importante que o investidor tenha isso em mente. Na sua cobertura de mercados de hoje, o Victor Aguiar conta todos os detalhes do pregão e também fala sobre as más notícias que continuam pressionando os mercados.
E antes de passarmos adiante, um aviso: a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou a autorização para que o prefeito, Bruno Covas, antecipe dois feriados municipais para ampliar o isolamento social na capital paulista. E isso pode acontecer ainda nesta semana, o que deve afetar o funcionamento das instituições financeiras e dos mercados. A B3 ainda não se pronunciou a respeito, mas estamos de olho.
Live às 20h: Um plano para enfrentar a Tempestade Perfeita
Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden, colunistas do Seu Dinheiro e sócios-fundadores da Empiricus, debatem hoje às 20h o cenário econômico, os riscos e as oportunidades criadas pelo coronavírus. Eles vão mostrar um plano para seus investimentos. O evento terá a mediação de Bettina Rudolph. Aqui está o link para acompanhar a transmissão ao vivo.
Buffett antiamericano?
Warren Buffett causou polêmica nas redes sociais depois de vender milhões de ações dos bancos Goldman Sachs e JP Morgan. Sua atitude foi considerada estranha para alguém que havia dito para não se apostar contra os Estados Unidos. Na sua coluna de hoje, porém, Felipe Miranda defende que a venda dos papéis dos bancões americanos não necessariamente é uma aposta contra a economia do país. Pode ser tão somente um ajuste de posição diante de uma realidade dura e incerta. Recomendo a leitura!
O pesadelo do mercado
Uma eventual saída de Paulo Guedes do ministério da Economia é o maior medo dos agentes do mercado financeiro hoje, mostra levantamento do Bradesco BBI. Guedes é considerado insubstituível, a última resistência do governo Bolsonaro a uma guinada populista e gastadora. A pesquisa mostra ainda quais são as projeções do mercado para a retomada econômica, o dólar e o mercado acionário.
Risco de calote à frente
O sistema financeiro está monitorando o risco de inadimplência das empresas brasileiras, e espera um aumento nos calotes daqui para frente. O Banco Central também está de olho, e já realizou testes de estresse para verificar a capacidade de o sistema financeiro fazer frente às perdas. Por ora, já sabemos que os grandes bancos reforçaram as provisões, que hoje totalizam R$ 28 bilhões. Mas no cenário mais catastrófico simulado pelo BC, as provisões necessárias poderiam chegar a R$ 400 bilhões. Saiba mais sobre as projeções do BC e dos bancos nesta matéria.
Vem que tem, Centrão!
Bolsonaro deu ao Partido Liberal, o PL, membro do grupo do chamado Centrão, a diretoria de um fundo bilionário — o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A distribuição deste e outros cargos ressuscita a velha prática batizada de “toma lá, dá cá” pela sabedoria política de Brasília. O presidente, que por muito tempo rejeitou tal expediente, tenta formar uma base aliada no Congresso, após uma série de derrotas no Legislativo. Saiba mais.
Bobeou, reajustou
Com a demora de Bolsonaro em sancionar a lei que congela os salários do funcionalismo em troca da ajuda para os Estados enfrentarem a pandemia de covid-19, os governos estaduais estão correndo para reajustar salários de servidores. E as medidas incluíram até mesmo aqueles que recebem altos salários. Veja quais Estados já tomaram tais medidas.
Um grande abraço e ótima noite!