Depois de tentar noivar com algumas companhias para vender a participação de 25% que detém na angolana Unitel, a Oi informou hoje (24) ao mercado que finalmente confirmou a venda para a Sonagol, estatal petroleira angolana. O valor da transação foi de US$ 1 bilhão, o que seria equivalente a R$ 4,19 bilhões.
O montante corresponde à venda de 25% da participação e engloba também os dividendos que a Oi tem o direito de receber, mas que estavam retidos até então.
A Oi já recebeu o valor de US$ 760 milhões pela transação, sendo que US$ 699,1 milhões foram transferidos hoje e US$ 60,9 milhões já tinham sido creditados anteriormente.
Os US$ 240 milhões restantes do montante total, por sua vez, devem ser pagos até 31 de julho de 2020 e estão garantidos por carta de fiança emitida por banco de primeira linha. O documento diz ainda que está assegurado à Oi um fluxo mínimo mensal de US$ 40 milhões que devem ser pagos a partir de fevereiro de 2020.
No início da tarde, a informação da venda fez com que os papéis ordinários da companhia (OIBR3) despencassem 7,48%. Porém, próximo do fim do pregão, as ações recuaram ainda mais e terminaram a sexta-feira cotadas em R$ 0,96, o que representa uma contração de 10,28%.
Uma das possíveis razões para a queda é que o mercado já precificou a venda ontem, o que fez com que as ações subissem mais de 9% no pregão de quinta-feira (23). Hoje, o mercado realizou um movimento de ajuste e, como o papel tem cotação de valor baixo (inferior a R$ 1), qualquer movimento acaba gerando grandes alterações em seu preço.
A operação está prevista no plano de recuperação judicial da Oi e de suas subsidiárias. Ela também faz parte do plano estratégico divulgado pela companhia em julho do ano passado.
"O ingresso de novos recursos e a redução de gastos em virtude da desvinculação com os litígios em curso proporcionarão o incremento de liquidez financeira e a melhoria no fluxo de caixa das Recuperandas", disse a companhia em nota.