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Dólar chega a superar R$ 5,30 com efeito ‘overhedge’ e remessas, mas desacelera após atuação do BC

Dólar em alta

O dólar destoa da trajetória descendente que tem tido desde novembro — mês em que caiu 7% — e marca uma forte alta na sessão desta segunda-feira (28).

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Por volta das 15h15, a moeda avançava 1,7%, cotada aos R$ 5,2662, mas já está distante de seu pico intradiário. Mais cedo, a divisa registrou máxima de 2,5%, para R$ 5,3113.

No mês, o dólar ainda cai 1,5%, embora, no acumulado do ano, registre ganhos de 31,3%.

Há duas razões para a forte alta da moeda hoje: um ajuste das posições dos bancos em dólar (efeito "overhedge") e o envio de remessas internacionais por parte de empresas.

O overhedge refere-se à proteção excessiva dos bancos em moeda estrangeira no exterior a fim de proteger o patrimônio dessas instituições. Isto é, se no exterior os bancos mantêm posições compradas em dólar (vendidas em real), por aqui, elas são vendidas em dólar (compradas em real).

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Esse excesso de hedge tem a ver com o fato de as variações cambiais do patrimônio dos bancos lá fora não serem tributadas, mas as sobre ativos e passivos locais em moeda estrangeira, sim — o que força uma compensação ou uma proteção extra.

Segundo a legislação vigente, o overhedge precisa ser reduzido até o fim do ano, permitindo a sua diminuição em até 50% neste ano e 100% no ano que vem. Isso significa que os bancos passaram a reduzir suas posições vendidas em dólar, forçando-os a comprarem a moeda.

"Tivemos um fluxo pesado pela manhã de instituições financeiras realizando compras, o que levou o dólar a R$ 5,30, mas o Banco Central acalmou", diz Jefferson Rugik, diretor-superintendente da Correparti. "Era esperado que ele fizesse isso."

Por volta das 14h10, o BC anunciou a realização de um leilão de dólar no mercado à vista, o que reduziu a pressão pela moeda. Foram vendidos integralmente US$ 530 milhões, com a taxa de corte de R$ 5,2620. Foram aceitas três propostas, segundo o BC.

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Segundo Rugik, se os bancos zerarem o overhedge, no entanto, terão ainda de comprar mais US$ 5 bilhões.

Além disso, as remessas corporativas para fora do país, que também tem lugar neste período do ano, também pressionam o dólar, já que diminuem a sua oferta internamente. "A explicação para hoje é overhedge e, também, as remessas em atraso", diz o operador.

Por volta do mesmo horário, o Ibovespa subia 1%, para 118.985 pontos. Acompanhe a cobertura completa de mercados do Seu Dinheiro.

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