Vale é ‘abrigo’ contra a crise do coronavírus, diz BTG Pactual; confira as razões
Procurando por um alívio na carteira? A Vale possui baixa alavancagem e geração de fluxo de caixa livre robusta, além da expectativa de que volte a pagar dividendos ainda em 2020, diz o BTG
O ADR — recibo que representa ações e é negociado na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) — da mineradora Vale oferece características defensivas que podem amortecer um desempenho de baixa ou garantir performance relativamente superior à média de seus pares.
Esta é a visão do BTG Pactual apresentada em relatório nesta segunda-feira, 23, assinado pelos analistas Leonardo Correa e Caio Greiner. A mineradora é a escolha principal do banco em razão do seu perfil de "abrigo" para uma situação turbulenta como a atualmente vista nos mercados.
Embora refira-se ao ADR, a recomendação também é válida para as ações aqui na B3, já que a tendência é que as cotações andem juntas.
Segundo o BTG, ainda que seja tipicamente uma má ideia comprar ações ligadas a commodities no meio de uma recessão, a recuperação da China e a normalização dos negócios por lá são razões para o otimismo com a Vale.
"É incrível que até agora os riscos aos lucros parecem ser bem nulos para a companhia", diz o BTG, citando um descolamento entre o desempenho da ação e os fundamentos do mercado do minério de ferro.
Como explicar a boa perspectiva com a Vale? O BTG enumerou cinco motivos:
- Baixa alavancagem, com a relação entre dívida líquida-Ebitda em 0,5, o que minimiza riscos de insolvência;
- Indicação de geração de fluxo de caixa livre robusta, com provável Ebitda acima dos US$ 15 bilhões, colocando a empresa em um nível de rendimento perto de 20%.
- Fundamentos do minério de ferro mantêm-se com a mesma performance, mesmo em meio à normalização na China e os desafios agudos de oferta da commodity
- As baixas expectativas atuais: o BTG prevê queda para US$ 75 no preço da commodity (que até agora se manteve estável entre US$ 90 e US$ 95), sendo que a ação da Vale hoje implica o minério cotado a um preço menor, na casa dos US$ 50, nível hoje muito improvável;
- Os dividendos da mineradora, que, segundo o BTG, a Vale pode voltar a pagar no segundo semestre do ano.
O BTG espera que a Vale tenha um desempenho acima da média de seus pares no curto prazo. Nesta perspectiva, o ADR da companhia deve estreitar a diferença de desempenho em relação aos preços do minério, que têm se sustentado no mercado internacional — sem, portanto, apresentar ameaça aos lucros da empresa.
Deste modo, o banco avista ainda um potencial de alta para o ADR da empresa e recomenda compra. Ainda assim, o preço-alvo do ADR foi reduzido de US$ 15,50 para US$ 13 pelo banco, que antecipa que a diminuição do risco relacionado às ações ocorrerá gradualmente.
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