🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Estadão Conteúdo

Entrevista

‘Queremos ser protagonistas da indústria 4.0 no Brasil’, diz presidente da Weg

Harry Schmelzer Jr. fala das incursões da companhia do setor industrial na venda de softwares de gestão, inteligência artificial e internet das coisas

Estadão Conteúdo
24 de novembro de 2019
16:33 - atualizado às 18:40
Harry Schmelzer Jr., presidente da Weg
Harry Schmelzer Jr., presidente da Weg. - Imagem: Divulgação

Uma das poucas empresas brasileiras do setor industrial voltadas à exportação - no ano passado, 57% da receita de quase R$ 12 bilhões da empresa vieram de fora do País -, a catarinense Weg investe pesadamente em pesquisa em desenvolvimento (foram mais de R$ 300 milhões em 2018).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo o presidente da companhia, Harry Schmelzer Jr., que está no cargo desde 2008, a companhia transformou seu negócio nos últimos três anos. Esse movimento agora vai culminar em uma novidade importante: sua primeira oferta exclusivamente de software.

Depois de comprar duas companhias de tecnologia - uma voltada a softwares de gestão industrial e outras de internet das coisas -, a Weg se prepara para aplicar gestão de dados e inteligência artificial à medição da performance de motores e também à administração de indústrias. “Vamos vender só software. A empresa poderá pagar por mês ou por ano, como serviço. E os módulos de manutenção da Weg poderão ser acoplados a outros sistemas do mesmo tipo”, diz Schmelzer Jr.

Além da busca por aquisições, inclusive no exterior, essa atuação mais digital também afetou o centro de treinamento de profissionais da Weg - que forma por ano 200 jovens entre 16 e 18 anos. Novas disciplinas foram adicionadas à capacitação, que antes era focada em trabalhos industriais. Agora, mesmo quem está sendo treinado para trabalhos manuais, precisa entender softwares de gestão e ter noção de inteligência artificial.

Essa equipe com novas habilidades ajudará a alavancar o objetivo da companhia de comandar a instalação de uma base industrial mais moderna no País. “Primeiro focaremos as indústrias nacionais e depois vamos para o exterior. Queremos ser protagonistas da indústria 4.0 no Brasil.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Leia Também

A Weg é conhecida por equipamentos. Como ela está trabalhando para embutir tecnologia em suas soluções?

No setor de automação industrial, existe a necessidade de os processos se comunicarem mais. Quando você faz um planejamento de uma fábrica, com o chamado RP, que é um software para este fim, você tem informações que já existem e, à medida que a fábrica continua a funcionar, novos dados são agregados. E aí posso ter informações em tempo real sobre a fábrica, e não só o fechamento diário ou semanal. E isso serve para planejar e prever problemas. A automação está entrando também em um software de gerenciamento de sistemas de fábrica - o que já é uma demanda global, embora seja incipiente no Brasil. Tudo em busca da produtividade.

E isso vale para os motores da Weg?

O motor elétrico é usado para o funcionamento de indústrias de processo - como a de papel e celulose e as siderúrgicas. E hoje está mais barato analisar e armazenar dados em nuvem. Com isso, o motor avalia a própria performance - e pode prever o surgimento de algum problema, como uma sobrecarga ou o desgaste de determinadas peças. Dessa forma, você não é surpreendido com paradas não previstas. O “motor scan” gera informações de modo permanente. Você tem dados sobre o motor em tempo real. Numa indústria de mineração, por exemplo, o pó do minério pode sobrecarregar os rolamentos. E esse sistema consegue fazer esses alertas, com inteligência artificial.

Ou seja: a tecnologia vai evitar paradas nas fábricas.

E fazer predições. O algoritmo vai aprendendo aos poucos. Isso traz previsibilidade à gestão de ativos. Uma fábrica precisa ter a melhor eficiência operacional de ativos e pessoas. E você consegue isso utilizando melhor os recursos. E tudo isso vai vir por meio da digitalização da automação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Weg fez duas aquisições recentes de empresas de tecnologia. A ideia é ter o software cada vez mais combinado com os equipamentos da empresa?

A Weg comprou a PPI-Multitask, especializada em execução de sistemas de manufatura e internet das coisas para a indústria. É um negócio novo para nós. A Weg sempre fez software de automação industrial na base, aplicado ao hardware. Mas agora outra coisa vai acontecer, pois todo esse sistema de supervisão de motores poderá ser feito em um aplicativo, em uma plataforma digital. A partir disso, vamos vender só software, de diversas formas. A empresa pode comprar ou pagar por mês ou por ano, como serviço. E os módulos de manutenção da Weg poderão ser acoplados a outros sistemas do mesmo tipo.

E isso pode ser usado em outros segmentos, além do industrial?

Sim. Outro negócio da Weg é o de eficiência energética. Sugerimos às empresas formas de melhorar o consumo. Isso também pode virar um aplicativo pago como serviço. Temos um exemplo na energia solar. Nos painéis solares, fornecemos aos clientes de autogeração a tecnologia que permite o acesso a informações sobre o funcionamento do sistema. Nos grandes parques solares, a situação é diferente. Poderemos vender um software complementar para ajudar na manutenção. Em parques eólicos, a Weg tem um negócio de manutenção - garantindo a gestão integrada de ativos espalhados por vários locais do País.

Também houve a compra da V2Com, de internet das coisas. Como isso se encaixa na estratégia da companhia?

O que está crescendo hoje no mundo? Internet das coisas, big data e computação nas nuvens. A automação da indústria é um processo, não vamos pular diretamente para a indústria 4.0. Para chegar lá, precisaremos de gestão de informação mais eficiente, de mais capacidade de decisão. A V2Com é a internet das coisas, que nos permite acoplar sensores aos equipamentos para garantir novas coletas de dados. A gente vai ajudar o cliente a medir o que ele não vinha medindo. Vamos fazer isso tanto com hardware quanto com software. E vamos padronizar todas as informações para que isso possa ser acessado em uma linguagem só.

A Weg ainda está buscando aquisições, dentro e fora do Brasil?

Para o mundo da indústria 4.0, a Weg olha empresas de fora do País. Elas têm os recursos humanos, de cientistas e arquitetos de dados. No caso da PPI-Multitask, optamos por uma empresa brasileira, que conhece o status de adoção de tecnologia pelas indústrias nacionais. Ela tem um software que pode ser aplicado em todos os níveis de indústrias. Você pode começar a jornada (rumo à digitalização) em qualquer momento, pois se trata de um sistema modular. A V2Com veio principalmente dentro do projeto de ajudar na gestão de ativos do setor de energia elétrica. Primeiro vamos focar as indústrias nacionais e depois vamos para exterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E a ideia é começar essa oferta pelo Brasil, como um laboratório?

Sim, porque temos de ganhar experiência e criar soluções. Vamos escolher alguns mercados e depois escalar internacionalmente.

Como isso afeta a estratégia de RH da companhia?

Estamos na fase de transformar inovações já testadas dentro da operação da Weg em negócio. Por isso, precisamos ajustar nosso centro de treinamento, que agora também treina cientistas de dados. Buscamos outras formações. Temos meninos e meninas de 16 anos que já entram para aprender sobre inteligência artificial. Isso já vem ocorrendo há três ou quatro anos.

Ou seja: antes as pessoas aprendiam trabalhos industriais e agora estão mais voltados à tecnologia?

Sim, mas continuamos a formar também os profissionais tradicionais, mas eles passam a atuar com novas ferramentas, têm de ter noção de inteligência artificial, dominar determinadas linguagens de software. Eles também passam por um treinamento de tecnologia.

Em 2018, a Weg investiu mais de R$ 300 milhões em pesquisa e inovação. Isso tende a crescer?

A Weg tem feito investimentos consistentes em inovação. E temos de entrar em novos mercados, o tempo todo. A gente avança na China, nos EUA e no Brasil. E buscamos novos negócios, em energia eólica, solar e agora na gaseificação de lixo. Estamos também em mobilidade elétrica. E estamos entrando na indústria 4.0. Nossa visão é manter essa jornada, sem projetos mirabolantes. Queremos ser protagonistas da indústria 4.0 no Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DOS MERCADOS

Banco do Brasil (BBAS3) cai mais de 5% e Ibovespa recua 2,1% em dia de perdas generalizadas; dólar sobe a R$ 5,509

19 de agosto de 2025 - 13:07

Apenas cinco ações terminaram o pregão desta terça-feira (19) no azul no Ibovespa; lá fora, o Dow Jones renovou recorde intradia com a ajuda de balanços, enquanto o Nasdaq foi pressionado pelas fabricantes de chip

BALANÇO DOS BALANÇOS

Banco do Brasil (BBAS3) numa ponta e Itaú (ITUB4) na outra: após resultados do 2T25, o investidor de um destes bancos pode se decepcionar 

19 de agosto de 2025 - 7:03

Depois dos resultados dos grandes bancos no último trimestre, chegou a hora de saber o que o mercado prevê para as instituições nos próximos meses

EM REESTRUTURAÇÃO

Do fiasco do etanol de segunda geração à esperança de novo aporte: o que explica a turbulenta trajetória da Raízen (RAIZ4)

19 de agosto de 2025 - 6:04

Como a gigante de energia foi da promessa do IPO e da aposta do combustível ESG para a disparada da dívida e busca por até R$ 30 bilhões em capital

MAIS UM CAPÍTULO

Cade aceita participação da Petrobras (PETR4) em negociações de ações da Braskem (BRKM5), diz jornal

18 de agosto de 2025 - 20:00

De acordo com jornal Valor Econômico, a estatal justificou sua intervenção ao alegar que não foi notificada da intenção de venda

BAIXANDO A TEMPERATURA

Petrobras (PETR4) joga balde de água fria em parceria com a Raízen (RAIZ4)

18 de agosto de 2025 - 19:04

Em documento enviado à CVM, a estatal nega interesse em acordo com a controlada da Cosan, como indicou o jornal O Globo no último sábado (16)

MENOS É MAIS

David Vélez, CEO do Nubank (ROXO34), vende US$ 435,6 milhões em ações após resultados do 2T25; entenda o que está por trás do movimento

18 de agosto de 2025 - 17:29

A liquidação das 33 milhões de ações aconteceu na última sexta-feira (15), segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA

BALANÇO

Lucro da XP (XPBR31) sobe a R$ 1,3 bilhão no 2T25, mas captação líquida despenca 70% em um ano

18 de agosto de 2025 - 17:15

A XP teve um lucro líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 18% na base anual; veja os destaques do resultado

AGORA VAI?

Copel (CPLE6) marca assembleia sobre migração para o Novo Mercado; confira a data

18 de agosto de 2025 - 15:51

Além da deliberação sobre o processo de mudança para o novo segmento da bolsa brasileira, a companhia também debaterá a unificação das ações

O BC ESTÁ DE OLHO

Banco Central aciona alerta de segurança contra possível ataque envolvendo criptoativos

18 de agosto de 2025 - 15:00

Movimentações suspeitas com USDT no domingo gerou preocupações no BC, que orientou empresas de pagamento a reforçarem a segurança

A DESPEDIDA ESTÁ MAIS PRÓXIMA

Credores da Zamp (ZAMP3) dão luz verde para a OPA que vai tirar a dona do Burger King da bolsa

18 de agosto de 2025 - 12:59

A oferta pública de aquisição de ações ainda precisa da adesão de dois terços dos acionistas minoritários

BOM COMEÇO DE SEMANA

Raízen (RAIZ4) dispara 10% após notícias de possível retorno da Petrobras (PETR4) ao mercado de etanol

18 de agosto de 2025 - 12:17

Segundo O Globo, entre as possibilidade estão a separação de ativos, acordos específicos de gestão ou a compra de ativos isolados

CRESCIMENTO SEM FIM?

Com salto de 46% no lucro do segundo trimestre, JHSF (JHSF3) quer expandir aeroporto executivo; ações sobem na B3

18 de agosto de 2025 - 12:11

A construtora confirmou que o novo projeto foi motivado pelos bons resultados obtidos entre abril e junho deste ano

INTERDITADO

Prio (PRIO3) anuncia paralisação de plataforma no campo de Peregrino pela ANP; entenda os impactos para a petroleira

18 de agosto de 2025 - 9:32

A petroleira informou que os trabalhos para os ajustes solicitados levarão de três a seis semanas para serem cumpridos

TEMPO DE TURBULÊNCIAS

Hora de dar tchau: GPA (PCAR3) anuncia saída de membros do conselho fiscal em meio a incertezas na liderança

17 de agosto de 2025 - 15:11

Saídas de membros do conselho e de diretor de negócios levantam questões sobre a direção estratégica do grupo de varejo

O FILME QUEIMOU

Entre flashes e dívidas, Kodak reaparece na moda analógica mas corre o risco de ser cortada do mercado

17 de agosto de 2025 - 11:39

Empresa que imortalizou o “momento Kodak” enfrenta nova crise de sobrevivência

BATATA ESQUENTANDO

Presidente do Banco do Brasil (BBAS3) corre risco de demissão após queda de 60% do lucro no 2T25? Lula tem outro culpado em mente

16 de agosto de 2025 - 17:09

Queda de 60% no resultado do BB gera debate, mas presidente Tarciana Medeiros tem respaldo de Lula e minimiza pressão por seu cargo

TERMOS DEFINIDOS

Compra do Banco Master pelo BRB vai sair? Site diz que Banco Central deve liberar a operação nos próximos dias

16 de agosto de 2025 - 16:38

Acordo de R$ 2 bilhões entre bancos avança no BC, mas denúncias de calote e entraves judiciais ameaçam a negociação

NOVOS (VELHOS) NEGÓCIOS

Petrobras (PETR4) avalia investimento na Raízen (RAIZ4) e estuda retorno ao mercado de etanol, diz jornal

16 de agosto de 2025 - 12:27

Estatal avalia compra de ativos ou parceria com a joint venture da Cosan e Shell; decisão final deve sair ainda este ano

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Dividendos e JCP: Vulcabras (VULC3) vai distribuir R$ 400 milhões em proventos; confira os prazos

15 de agosto de 2025 - 18:15

A empresa de calçados vai distribuir proventos aos acionistas na forma de dividendos, com pagamento programado somente para este ano

OI, SUMIDA

Gol (GOLL54) segue de olho em fusão com a Azul (AZUL4), mas há condições para conversa entre as aéreas

15 de agosto de 2025 - 17:23

A sinalização veio após a Gol divulgar resultados do segundo trimestre — o primeiro após o Chapter 11 — em que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar