Site icon Seu Dinheiro

Oposição quer barrar votação da reforma da Previdência na CCJ exigindo divulgação de dados

Deputados membros da CCJ da Câmara

Deputados membros da CCJ da Câmara

Enquanto o governo negocia alterações no parecer da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a oposição vai tentar impedir a votação prevista para esta terça-feira, 23, exigindo do governo a divulgação dos dados detalhados que embasam a proposta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, parlamentares contrários às mudanças apresentadas pelo governo avaliam pedir uma nova fase de discussões se o parecer do relator Marcelo Freitas (PSL-MG) for alterado, o que demandaria mais tempo de análise.

"Nós podemos exigir que não se vote nada. Ou o governo recua ou não deixaremos essa sessão prosseguir amanhã (terça)", disse ao Broadcast/Estadão o deputado José Guimarães (PT-CE).

"O princípio da transparência pública não pode permitir isso (a votação)", declarou, ao cobrar uma divulgação dos dados desagregados que embasam a proposta. O governo promete a divulgação das informações detalhadas na comissão especial da Câmara, a ser instalada após a votação na CCJ.

Antes da sessão da comissão, agendada para as 14 horas desta terça, a oposição discutirá a possibilidade de pedir uma nova rodada de discussão se um novo parecer for apresentado, arrastando o andamento da reforma no colegiado. Guimarães disse acreditar que há uma brecha para a estratégia. "Isso vamos discutir amanhã (terça)".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Rede anunciou que vai entrar com uma ação na Justiça Federal pedindo a abertura dos dados. O PDT, por sua vez, avalia entrar com uma ação judicial contra o sigilo das informações da reforma da Previdência, conforme apurou o Broadcast Político com fontes do partido.

A legenda também cobra o detalhamento dos dados que levaram o governo a propor a reforma e a estimar uma economia de R$ 1 trilhão com as mudanças no sistema de aposentadorias.

Novo decreto no radar

Já nesta segunda-feira, 22, o grupo oposicionista anunciou um projeto de decreto legislativo contra o sigilo das informações sobre a reforma. A tramitação do projeto depende do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O governo, por sua vez, promete abrir os dados detalhados na comissão especial da Casa, a ser instalada após a votação na CCJ.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, a oposição promete protocolar um mandado de segurança na Justiça Federal do Distrito Federal pedindo a abertura dos dados.

Na última quarta-feira, o deputado Aliel Machado (PSB-PR) apresentou outro mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da reforma na Câmara até que o governo divulgue os custos projetados com a transição para o modelo de capitalização.

"Pediremos que sessão da CCJ seja desmarcada até que parlamentares recebam e analisem dados, o que levaria uma semana", disse o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ).

Ainda nesta segunda, Molon e Machado prometem conversar com o presidente da CCJ na Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), pedindo a suspensão da sessão de terça-feira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Caso aconteça a votação, a única forma é procurar o Judiciário para cancelamento de uma votação. Isso seria muito pior", declarou Machado.

Parecer

Para que a votação do parecer ocorra na sessão desta terça-feira, integrantes do Centrão seguem em conversas com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, sobre alterações no texto. A equipe econômica garante que as mudanças não vão desidratar o impacto fiscal da reforma.

*Com Estadão Conteúdo.

Exit mobile version