O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro classifica as manifestações ocorridas domingo como um movimento espontâneo e um sinal de que a sociedade não perdeu as esperanças de que seus anseios serão escutados pelos dirigentes do país.
“Essa voz das ruas não pode ser ignorada, é hora de retribuirmos esse sentimento. O que devemos fazer, agora, é um pacto pelo Brasil. Estamos todos no mesmo barco e juntos podemos mudar esse país”, disse Bolsonaro, em mensagem lida pelo porta-voz.
Essa ideia de pedir um pacto, envolvendo os demais Poderes e a sociedade, tinha surgido em entrevista que o presidente concedeu, na noite de ontem, à rede “Record”. Na entrevista, o presidente também disse que não está em litígio com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e que vai buscar conversar mais com os deputados.
Segundo Barros, a ideia é ter um pacto para conformar todos os Poderes e a sociedade para ultrapassar os obstáculos do ambiente político e alcançar a “bandeira final”, que é o bem-estar da sociedade.
Mais cedo, em seu “Twitter”, o presidente já tinha falado que as manifestações foram históricas e que não poderiam ser ignoradas.
MP 870
O porta-voz também falou que o presidente mantém a orientação dada na semana passada para que a MP 870, que faz a reforma administrativa do governo, mas tirou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do ministro da Justiça, Sergio Moro, seja aprovada pelo Senado da forma como veio da Câmara.
Ele foi questionado sobre a postura do líder do PSL no Senado, major Olímpio, que reafirmou, hoje, a disposição de tentar mudar o texto para que o órgão de prevenção à lavagem de dinheiro fique com Moro.
A matéria será apreciada amanhã, no Senado, e se o texto for alterado terá de voltar a ser analisado na Câmara, correndo o risco de perder a validade. Se isso ocorrer, a estrutura de governo voltaria a ter 29 ministérios.
Sobre esse assunto, o porta-voz disse que Bolsonaro confia plenamente na condução do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para que “os eventos possam ser o mais prontamente possível afirmados”.