Depois da última assembleia de acionistas em que um número maior de minoritários pediu a saída de Mark Zuckerberg da presidência do conselho do Facebook, a situação dele pode piorar ainda mais agora. Segundo reportagem do jornal The Wall Street Journal publicada hoje (12), e-mails internos apresentados para reguladores do governo sugerem que CEO da companhia havia questionado algumas das políticas de privacidade da companhia.
Apesar de os documentos não mostrarem com clareza que ele violou a política de privacidade dos usuários, o simples fato de que ele estava a par dos problemas pode ter um efeito negativo sobre a gestão da companhia, que já vem sendo colocada à prova pelos acionistas.
Entenda o caso
Os e-mails foram apresentados à Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), como prova para a investigação que está sendo feita pela agência.
Na denúncia, a companhia é acusada de violar um acordo feito com a FTC em que a empresa se comprometeu a cuidar da privacidade dos dados de seus usuários. O termo foi fechado em 2012.
As alegações de uso indevido de dados de usuários do Facebook foram feitas após o escândalo da Cambridge Analytica ser revelado. A consultoria é acusada de ter sido contratada pela campanha do atual presidente Donald Trump em 2016.
Na época, 87 milhões de usuários tiveram as informações acessadas pela Cambridge Analytica.
E se tais documentos forem incluídos no processo, ainda em andamento, o Facebook pode enfrentar multas e punições maiores do que o previsto. De acordo com os resultados financeiros deste ano, a empresa estimou que terá de pagar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões à autoridade regulatória americana.
Reação do mercado
Com a divulgação da notícia, as ações do Facebook (FB) terminaram o pregão de hoje (12), com queda de 1,72%, cotadas em US$ 175,04. No mês, os papéis tiveram desvalorização de 7,06%.
Já no acumulado do ano, as ações apresentam alta de 33,53%.