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Papéis da Boeing caem 7% em NY com notícia de que companhia pode ter “enganado” FAA

miniatura de Boeing 737 MAX

Miniatura de Boeing 737 MAX em exposição em Moscou em julho de 2017

Após os acidentes graves envolvendo aviões 737 Max 8 da Boeing, a companhia se viu diante de maus lençóis. E a situação da empresa pode piorar ainda mais agora que novas informações foram divulgadas sobre o tema. Segundo publicação do jornal The New York Times de hoje (18), um piloto da Boeing relatou em novembro de 2016 que o sistema automático da aeronave em questão estaria tornando o avião difícil de controlar, durante as simulações de voo.

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As informações, que foram publicadas primeiro pela Reuters, sugerem que a fabricante de aeronaves pode ter "enganado" a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos sobre um sistema de segurança essencial no 737 Max 8. Após a divulgação da notícia, as ações da Boeing terminaram o pregão desta sexta-feira cotadas em US$ 344, uma queda de 7%.

De acordo com o periódico, o piloto Mark Forkner teria reclamado que o sistema conhecido como MCAS, na sigla em inglês, o teria deixado em apuros dois anos antes dos acidentes que tiraram a vida de várias pessoas.

Em uma das trocas de mensagem que fez com um colega, o piloto em questão chegou a dizer que "ela [a aeronave] estava correndo de forma desenfreada no simulador".

"É verdade que eu sou péssimo em voar, mas isso foi terrivelmente ruim", continuou ele, de acordo com uma transcrição feita e revisada pela publicação norte-americana.

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A FAA disse que considerou as mensagens preocupantes e que "está revisando essas informações para determinar que ação é apropriada a ser tomada".

A FAA reiterou que está "seguindo um processo completo, e não uma linha do tempo prescrita, para devolver o Boeing 737 MAX ao serviço. A agência irá retirar a ordem de suspensão somente depois de determinarmos que a aeronave está segura".

Ao ser questionada pelos jornais, a Boeing não respondeu até a publicação da reportagem.

Números da companhia

Ao apresentar os resultados do segundo trimestre deste ano, a companhia mostrou que uma boa parte das suas perdas até o período foi atrelada à crise do 737 Max 8.

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Em seu último balanço, a Boeing registrou um prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões entre abril e junho deste ano — o pior resultado trimestral da história da companhia. No mesmo período do ano passado, a empresa teve lucro de US$ 2,2 bilhões.

Logo após as tragédias envolvendo os voos da Ethiopian e da Lion Air, diversos órgãos reguladores nacionais recomendaram a suspensão do uso dessas aeronaves por parte das companhias aéreas — e essa situação trouxe fortes impactos à carteira de pedidos da Boeing.

Enquanto trabalhava para provar aos clientes que o 737 8 Max era seguro, a fabricante de aeronaves fez uma provisão de US$ 4,9 bilhões nos resultados do último trimestre para suportar os impactos negativos dessa crise.

Tal provisão foi responsável pelo forte prejuízo registrado pela Boeing no período. Mas o efeito 737 Max não se restringiu ao resultado líquido. Na ocasião, a receita da empresa americana também foi fortemente afetada, totalizando US$ 15,7 bilhões — uma queda de 35% na base anual.
Por conta das perdas e toda a situação delicada com aeronave 737 8 Max, desde o começo do ano os papéis da companhia apresentam uma alta de 9,20% na bolsa.
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