Está cheio de gente dando pitacos por aí sobre tudo - o que fazer com sua saúde, seus filhos e seu dinheiro... Sempre que eu escuto uma recomendação qualquer, eu fico na dúvida se o especialista está seguindo a própria recomendação.
Quando falamos de dinheiro, duas perguntas ficam na minha cabeça para os especialistas: 1) você compra o que recomenda? 2) Recomendaria para sua mãe (ou para seu filho)? É claro que é possível, sim, estudar um ativo e entender que existe uma oportunidade aí. Mas isso é bem diferente de colocar seu patrimônio pessoal nela.
Como assumimos o compromisso de ajudar o investidor pessoa física, nada mais justo do que abrir os nossos investimentos. Eu, a Luciana Seabra e a Olivia Alonso contamos ao vivo na última sexta-feira (30) em que investimos. Vale lembrar que, para manter nossa independência editorial, a equipe do Seu Dinheiro não investe diretamente em ações.
Fiz um resumo do que rendeu essa conversa e o debate completo está no vídeo abaixo.
Onde está seu dinheiro
Olivia Alonso
De todas as três, é a que assume mais riscos. Cerca de 80% das suas aplicações são em renda variável, contra 20% de renda fixa.
- Renda fixa: investe no Tesouro Direto e tem títulos NTN-B (recentemente rebatizado de Tesouro IPCA+) e Tesouro Selic. Ela mesma admitiu que os fundos DI que a Lu indica podem ser melhores opções, mas lembrou que não era assim no passado - e que já investia antes da Luciana fazer suas recomendações.
- Renda variável: Ela tem ainda 50% do seu capital investido em fundos multimercados, de ações e de small caps. O restante está em BOVA11, o fundo de índice do Ibovespa e menos de 1% em criptomoedas.
Luciana Seabra
Eis sua carteira pessoal:
- 50% do capital dela está em renda fixa, já incluída sua reserva de emergência. Ela tem fundos DI e de crédito privado. Também compra Tesouro Direto prefixado.
- 30% em fundos multimercados. Deixa com eles a missão de encontrar boas oportunidades em títulos do Tesouro, como NTN-B.
- 15% fundos de ações. A dica aqui é escolher bons gestores e confiar neles.
- 5% fundo cambial. Apesar de não acreditar que o dólar vai disparar, recomenda que todos tenha uma posição em câmbio para se proteger de solavancos na economia.
- Menos 1% em criptomoedas. É o dinheiro do tudo ou nada. Acha que pode perder tudo ou, quem sabe, ficar milionária.
Para a Previdência, ela usa uma conta a parte e faz depósitos mensais na Superprevidência, um plano que reúne um conjunto de fundos bons.
Marina Gazzoni
- 99,2% em imóveis
- 0,8% em CDB de liquidez diária que rende 100% do CDI (reserva de emergência)
Sou uma entusiasta do mercado imobiliário e minha estratégia pessoal é fazer aplicações em renda fixa até reunir capital para conseguir dar uma entrada em um imóvel. Fiz uma compra recente e, portanto, meu patrimônio está concentrado em imóveis.
O que você está olhando para entrar
Olivia Alonso
Small caps ligadas à indústria de maconha nos Estados Unidos e Canadá.
Luciana Seabra
Fundos de investimento em ouro.
Marina Gazzoni
Vou colocar parte do meu 13º salário em um fundo DI mais barato que o Tesouro Direto (recomendação da Luciana) e estou de olho em bitcoins.
Qual a sua maior recomendação
Olivia Alonso
Aproveite a virada do ano para repensar sua carteira de investimentos. É hora de sair daquela aplicação de renda fixa ruim (fundos com taxa de administração alta ou poupança, por exemplo) e entrar no Tesouro Selic ou fundos DI bons. Também é a hora de perder o mercado entrar na bolsa de valores. A visão da Olivia é que teremos um novo ciclo de alta pela frente na bolsa de valores brasileira.
Luciana Seabra
Existe uma oportunidade escancarada de compra para títulos prefixados do Tesouro. O mercado estava precificando uma alta da taxa de juros brasileira que não deve acontecer. Isso significa que a taxa atual está cara e deve ser corrigida lá na frente, o que tende a levar a uma valorização dos títulos prefixados. Veja como comprar esses títulos no Tesouro Direto.
Marina Gazzoni
Imóveis. As taxas de juros ainda devem permanecer baixas no próximo ano e o crédito imobiliário está barato. Os preços caíram na crise e a tendência é de alta nos próximos anos. Você ainda pode comprar antes do boom.