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Tarifas ajudam na popularidade do governo Lula — e pesquisa indica um outro fator que pode aproximar o eleitorado

As eleições de 2026 no Brasil ainda estão distantes, mas os termômetros já começam a indicar a temperatura da corrida presidencial. O governo Lula vinha enfrentando dificuldades para agradar o eleitorado, mas o embate com Donald Trump sobre as tarifas de 50% aos produtos brasileiros está revertendo este cenário — e não é só isso. 

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Levantamento da Genial/Quaest mostra que a taxação dos super-ricos também tem potencial para ajudar o petista se a campanha for realizada da maneira certa.

A pesquisa revelou que os brasileiros avaliam positivamente a proposta de aumento de impostos para os mais ricos em busca da redução para os mais pobres. Entre os 2004 entrevistados, 63% entendem que a medida deve ser realizada.

Porém, a campanha não vem surtindo um grande efeito. A Genial/Quaest mostrou que 56% dos participantes não ficaram sabendo da agenda de “justiça tarifária” do governo, enquanto apenas 17% viram os vídeos produzidos pela gestão atual sobre o tema.

O tom do discurso também pode ser uma pedra no caminho. Isso porque 53% afirmam que a estratégia dos “ricos contra pobres” não é a melhor abordagem, criando mais briga e polarização.

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O levantamento da Genial/Quaest ouviu brasileiros a partir dos 16 anos. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de julho e apresenta uma margem de erro de dois pontos percentuais.

O centro no colo de Lula

De acordo com Felipe Nunes, diretor da Genial/Quaest, o embate com Trump “empurrou o centro para o colo” de Lula. A aprovação do petista aumentou, passando de 40% para 43%, impulsionada por uma mudança na avaliação entre o eleitorado fora da base do governo.

Já a desaprovação da gestão atual caiu de 57% para 53%, com uma queda expressiva no Sudeste, que passou de 64% para 56%.

Além disso, 53% dos entrevistados indicam que Lula está certo ao reagir com reciprocidade em relação às tarifas anunciadas por Trump, enquanto 39% avaliam que o presidente está errado.

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De acordo com a Genial/Quaest, 57% dos brasileiros também manifestaram que o presidente norte-americano não tem direito de intervir no julgamento de Jair Bolsonaro, que é acusado de tentativa de golpe de Estado devido ao ato do 8 de janeiro de 2022.

Apesar disso, a maioria dos entrevistados (55%) avalia que Lula provocou Trump ao criticá-lo durante o evento do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países emergentes).

O embate com os EUA também vem fazendo a oposição perder fôlego, com 44% dos brasileiros indicando que o governo Lula vem atuando de maneira mais correta do que Bolsonaro e seus aliados.

A maioria dos participantes da pesquisa (84%) indicou que a gestão atual e a oposição devem se unir em defesa do Brasil na guerra tarifária de Trump.

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O calcanhar de Aquiles do governo

Se o tarifaço dos EUA e o aumento de impostos para os super-ricos ajudam o governo, a economia e a disputa com o Congresso são o calcanhar de Aquiles de Lula.

Apesar de a pesquisa indicar uma queda na percepção de piora na economia, passando de 48% para 46%, a expectativa é de que o cenário deve se deteriorar nos próximos 12 meses.

A avaliação negativa para o futuro da economia brasileira pulou de 30% para 43%. Segundo Nunes, a projeção está associada à preocupação que as tarifas de Trump provocaram na população.

O embate do Planalto com o Congresso em relação aos ajustes tarifários também pesa na aprovação do governo.

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Segundo a Genial/Quaest, 51% dos entrevistados ficaram sabendo da disputa entre o Legislativo e o Executivo, enquanto 79% indicam que o impasse mais atrapalha do que ajuda o país.

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