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Após polêmica com preços abusivos, ministro do Turismo diz que Belém terá “leitos para todos” na COP30

Sem plano B e após proprietários chegarem a pedir mais de R$ 1 milhão por hospedagem, o ministro do Turismo, Celso Sabino, garantiu nesta terça-feira (19): “teremos leitos para todos” para a COP30, que acontece em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro. Os valores devem variar de US$ 100 a US$ 600 e serão distribuídos conforme as condições econômicas de cada país participante.

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A cidade sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) causou espanto com preços considerados abusivos tanto por brasileiros quanto por autoridades globais. Mas, segundo o ministro, a cidade já contabiliza 53 mil leitos garantidos para o período do evento.

“Teremos leitos para todos e teremos preços justos para todos que virão para essa COP”, disse Sabino em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.

Ele lembrou que, na COP realizada no Azerbaijão no ano passado, o pico de hospedagens chegou a 24 mil pessoas na cidade de Baku. “Para a cidade de Belém, o governo brasileiro, em parceria com a iniciativa privada e com todas as ações feitas, já temos mais de 53 mil leitos garantidos para o período da COP”, afirmou.

O governo também cederá mais de 2,4 mil quartos individuais para que a Organização das Nações Unidas (ONU) acomode suas 196 partes e países-membros, com tarifas a partir de US$ 100. As delegações foram divididas em dois grupos, conforme o Produto Interno Bruto (PIB)  per capita. 

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“Esse primeiro grupo, de menor PIB per capita, terá diárias entre US$ 100 e US$ 200. E o segundo grupo, de países de maior PIB per capita, diárias entre US$ 200 e US$ 600. Além disso, fizemos um acordo com a rede hoteleira de Belém, que está nos garantindo entre 10% e 20% dos seus quartos por uma diária de US$ 300.”

O ministro e os preços abusivos na COP30

O ministro também comentou as denúncias sobre preços abusivos nas hospedagens. Ele reconheceu a prática, mas reforçou que não se trata da regra.

“Com toda essa oferta de leitos que está surgindo na cidade, temos a certeza de que alguns abusos que surgiram – e nós reconhecemos que existem alguns abusos na cobrança de preços de hospedagem, isso não é regra geral, a regra geral é essa que eu mencionei – serão compelidos, serão combatidos”, disse Sabino.

Segundo ele, a própria dinâmica do mercado deve corrigir excessos. “Quando falo do próprio mercado, quero dizer que, com a grande oferta de leitos, os que estão cobrando muito caro pelos seus leitos terão duas alternativas: reduzir os preços ou ficar com seus imóveis sem locar.”

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No início de agosto, o Seu Dinheiro encontrou valores muito acima do comum para acomodações na cidade. A opção mais cara no Booking era um apartamento de 91 metros quadrados, com um quarto e um banheiro, pelo valor de R$ 1.346.400 em 11 diárias.

Questionado sobre a hospedagem de movimentos e organizações sociais com poucos recursos, o ministro confirmou que há grupos solicitando tarifas em torno de US$ 50 por diária para poder participar das discussões.

“O governo brasileiro tenta conciliar”, disse, ao citar uma reunião realizada na semana passada com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva, e o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.

Segundo Sabino, um grupo de assessores internacionais já começou a trabalhar para identificar quais delegações e entidades ainda enfrentam dificuldades para garantir hospedagem. 

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“Fechamos ali um grupo de assessores internacionais que já começou a trabalhar, identificando pontualmente quais são essas delegações, quais são esses entes que querem participar da COP e ainda não conseguiram encontrar suas habitações ou estão tendo alguma dificuldade com a nossa plataforma para que, pessoalmente, nós façamos um link entre elas e as habitações que temos disponíveis, para facilitar o encontro entre eles e a garantia da hospedagem.”

O ministro também disse que o esforço é para que a COP30 seja “não só a maior COP que já aconteceu e a COP mais decisiva que já aconteceu, mas também a COP mais inclusiva que já aconteceu”.

*Com informações da Agência Brasil

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