Um dos mais importantes projetos de Donald Trump está um passo mais perto de chegar à sua mesa. O presidente dos Estados Unidos teve uma nova vitória no Senado, que aprovou uma moção para o debate final do pacote de leis orçamentárias.
O megaprojeto sobre impostos e gastos no país é considerado fundamental para a agenda da atual gestão de Trump. Isso porque inclui isenções fiscais e o aumento dos gastos com as Forças Armadas e com a segurança nas fronteiras, o que pode trazer fôlego para a política de deportação do republicano.
O pacote de 940 páginas busca estender os cortes de impostos de 2017, que foram a principal conquista legislativa de Trump durante seu primeiro mandato como presidente, além de cortar outros impostos.
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto foi aprovado com uma margem pequena, por 51 votos a favor e 49 contra.
Todos os democratas e dois republicanos, os senadores Thom Tillis, da Carolina do Norte, e Rand Paul, do Kentucky, votaram contra.
Um outro crítico ferrenho do pacote de gastos é o bilionário Elon Musk, que foi um dos principais aliados de Trump nos últimos anos.
Após a aprovação no Senado, o CEO da Tesla se pronunciou sobre as medidas na rede social X (antigo Twitter).
“O mais recente projeto de lei do Senado destruirá milhões de empregos nos Estados Unidos e causará imensos danos estratégicos ao nosso país! É completamente insano e destrutivo. Ele dá esmolas às indústrias do passado, enquanto prejudica severamente as indústrias do futuro”.
Porém, essa não é a primeira vez que Musk critica as medidas de Trump. Em maio, o bilionário chegou a afirmar que estava decepcionado com o presidente dos Estados Unidos.
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O pacote no detalhe
O projeto de lei é uma prioridade de longa data de Trump. Isso porque a legislação promete estender cortes de impostos que chegam ao fim em breve.
A nova legislação propõe aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos — ou seja, o limite de dinheiro que o governo pode tomar emprestado para pagar as próprias contas.
Além disso, o projeto determina cortes em programas de assistência social, incluindo restrições e requisitos ao Medicaid — o programa de saúde social no país —, para estender US$ 3,8 trilhões em isenções fiscais.
A proposta tiraria o seguro saúde de milhões de pessoas mais pobres no país. Segundo o Congressional Budget Office, 7,8 milhões de cidadãos ficariam sem o serviço devido aos cortes.
O texto final também inclui um aumento no financiamento para hospitais rurais. A medida entrou no projeto após alguns moderados republicanos argumentarem que a proposta original prejudicaria seus eleitores.
Além disso, conta com mudanças no Programa de Assistência Nutricional Suplementar (Snap), que fornece benefícios alimentares para americanos de baixa renda.
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Uma votação apertada para Trump
A votação do megaprojeto no Senado levou horas. O pacote só foi aprovado depois que três republicanos resistentes desistiram e votaram a favor das medidas.
Ainda assim, o vice-presidente JD Vance viajou ao Capitólio na noite de sábado para oferecer um voto de desempate no Senado, onde teria o voto decisivo em caso de impasse.
Porém, os líderes do partido conseguiram negociar o apoio da maioria sem a ajuda dele. O senador Ron Johnson, um crítico ferrenho do projeto de lei, acabou mudando seu voto de “não” para “sim”.
A alteração no posicionamento foi o que garantiu a vitória de Trump, dando ao pacote 51 votos a favor.
Trump declarou que o progresso do pacote no Senado foi uma “grande vitória” em uma postagem nas redes sociais. O presidente aproveitou também para atacar os republicanos que rejeitaram o projeto de lei.
A aprovação foi uma vitória também para John Thune, o líder da maioria no Senado, que prometeu entregar o projeto de lei para Trump assinar até 4 de julho.
Porém, as horas de incerteza durante a votação e as discussões de última hora indicam que o caminho até a mesa do presidente será mais complicado do que o esperado.
Os próximos passos para o projeto de Trump
A votação processual de sábado prepara a votação final do Senado sobre o megaprojeto, que provavelmente ocorrerá hoje ou na segunda-feira.
Os democratas, liderados pelo líder da minoria no Senado, Chuck Schumer , estão forçando que o projeto de 940 páginas seja lido em voz alta neste domingo (29).
“Ficaremos aqui a noite toda se for preciso para ler”, escreveu Schumer no sábado (28) no X.
Caso seja aprovado, o texto volta a ser analisado pela Câmara, já que o texto passou por modificações.
Em maio, a Câmara dos Representantes dos EUA chegou a aprovar o plano com uma pequena margem. Agora, o governo deve enfrentar uma nova batalha.
Isso porque alguns republicanos da Câmara já sinalizaram que são contra alguns pontos da nova versão do texto — principalmente em relação aos cortes no Medicaid.
Enquanto isso, Trump continua pedindo que o pacote seja aprovado antes do prazo, em 4 de julho.
“O presidente Trump está comprometido em cumprir suas promessas, e não aprovar este projeto de lei seria a maior traição”, disse a Casa Branca em uma declaração no sábado.
*Com informações da CNBC, BBC News e Money Times.