Amanhã (23) começa mais uma Assembleia Geral na Organização das Nações Unidas (ONU) e, como de costume, o Brasil deve abrir o evento. O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está previsto para a manhã da terça-feira em Nova York.
Apesar de grandes potências como Estados Unidos, Reino Unido e França participarem do encontro, tradicionalmente o Brasil é o primeiro a falar, seguido, desta vez, de Donald Trump. É assim desde 1955. Mas por quê?
Não se trata de uma regra oficial nem há uma resposta definitiva para a pergunta, porém, há três principais teorias em torno dessa tradição.
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1º O ‘prêmio de consolação’
A primeira é que o fato do Brasil dar a largada na Assembleia, que durará seis dias nesta edição, é uma espécie de ‘prêmio de consolação’ pelo país não fazer parte do Conselho de Segurança.
O órgão foi criado em 1945 e conta com 15 membros, sendo 5 permanentes e com poder de veto às propostas (EUA, França, Rússia, China e Reino Unido) e outros 10 rotativos a cada dois anos.
Na época da definição das cadeiras fixas, Winston Churchill e Josef Stalin barraram a participação brasileira, apesar da forte participação do país na América Latina. Como compensação, foi concedido ao Brasil o direito de abrir os debates.
O Brasil já participou das cadeiras rotativas do Conselho de Segurança da ONU em 11 ocasiões, sendo a última nos anos de 2022 e 2023.
2º Brasil neutro entre EUA e União Soviética
A segunda hipótese é de que, na época da criação do conselho, já havia tensões iniciais entre os Estados Unidos e a União Soviética, então, para evitar uma escalada e por ser considerado um país neutro, o Brasil foi escolhido para dar o pontapé inicial no encontro.
Entretanto, a teoria mais difundida é outra.
3º Brasil foi o voluntário nos primeiros encontros da ONU
Durante os primeiros anos da ONU, nenhum país queria ser o primeiro a abrir a assembleia. O Brasil, então, se voluntariava, tendo sido o primeiro orador em 1949, 1950 e 1951.
Em 1955, então, a Organização decidiu que os brasileiros seriam sempre os responsáveis por abrirem o debate geral — quando os países apresentam seus discursos.
“Em tempos muito antigos, quando ninguém queria falar primeiro, o Brasil sempre se oferecia para falar primeiro. E assim ganhou o direito de falar primeiro na Assembleia Geral”, disse Desmond Parker, chefe de protocolo da ONU, à rádio norte-americana NPR em 2010.
As únicas vezes em que o Brasil não abriu as oratórias foram nas sessões de 1983 e 1984, quando o presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan falou primeiro.
Qual é a ordem dos oradores na Assembleia Geral?
A ordem dos oradores na Assembleia Geral da ONU é:
- Antonio Guterres, secretário-geral da ONU
- Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral e ex-ministra das relações exteriores da Alemanha.
- Brasil
- Estados Unidos (como país anfitrião).
Após esses discursos, a lista é baseada em hierarquia e ordem de chegada.