O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (15) que prepara novas tarifas sobre semicondutores e aço, a serem divulgadas nas próximas duas semanas.
Trump não detalhou os percentuais para os chips, mas sugeriu que a taxação começará em um nível mais baixo para dar tempo às empresas de desenvolverem produção doméstica. Depois disso, as tarifas subirão de forma acentuada — modelo semelhante ao que já apresentou para a indústria farmacêutica.
“Terei uma taxa que será menor no início, o que lhes dará a chance de entrar e construir, e muito alta após um certo período de tempo”, disse Trump.
O presidente dos EUA ainda sugeriu que a tarifa sobre semicondutores importados poderia ser ainda maior. "Vou estabelecer uma taxa que pode ser de 200%, 300%", disse aos jornalistas a bordo do Air Force One, enquanto seguia para o Alasca, onde se encontraria com Vladimir Putin.
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O republicano também mencionou um possível novo aumento nas tarifas sobre aço. Em fevereiro, Trump já havia elevado a cobrança para 25% e, em maio, dobrou a alíquota para 50%. Não ficou claro se ele pretende avançar ainda mais ou apenas reforçar medidas já em vigor.
Chips no alvo de Trump
Os semicondutores estão no coração da economia digital. De celulares a carros elétricos, passando pela inteligência artificial, praticamente todos os setores dependem desses componentes. Fabricantes e empresas de tecnologia acompanham com atenção as declarações de Trump, já que a definição final das tarifas pode redesenhar cadeias globais de produção.
Desde abril, o Departamento de Comércio dos EUA conduz investigações sobre chips e produtos farmacêuticos sob o argumento de segurança nacional. Essa é uma etapa necessária para que a Casa Branca imponha as tarifas de forma legal.
O discurso de Trump também coincidiu com um anúncio da Apple (AAPL), que prometeu investir mais de US$ 100 bilhões no mercado americano. O presidente disse estar confiante de que medidas como as novas tarifas estimularão empresas a fabricar nos EUA, em vez de pagar impostos mais altos para importar.
As falas reforçam o movimento mais amplo de sua gestão: ampliar barreiras tarifárias sobre setores estratégicos e aumentar o custo de entrada de produtos estrangeiros. Com chips e aço na lista, o impacto pode atingir desde a indústria de tecnologia até a construção civil, elevando a tensão no comércio internacional.
*Com informações da Bloomberg e Reuters.