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2025 só começa agora: até esta quinta (29), você trabalhou apenas para pagar impostos ao governo, diz estudo

Impostos Imposto de Renda Receita Federal

Em 2025, os brasileiros vão precisar trabalhar até hoje, dia 29 de maio, só para pagar impostos. Isso equivale a 149 dias de trabalho no ano dedicados exclusivamente ao pagamento de tributos. 

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A informação é do estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que analisou quanto os brasileiros pagam de taxas e impostos sobre renda, consumo e patrimônio. 

Em média, a carga tributária deste ano representa 40,82% da renda do cidadão.

Mesmo com pequenas variações ao longo dos anos, o peso dos impostos continua alto. Há dez anos, em 2015, eram necessários 151 dias de trabalho para arcar com a carga tributária do país. 

Em 2025, os cinco meses inteiros de trabalho necessários para pagar impostos se manteve igual ao de 2024.

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Segundo o IBPT, fatores como o aumento do ICMS em dez estados, especialmente sobre combustíveis e comércio eletrônico internacional, por meio do Programa Remessa Conforme, e a volta dos encargos sobre a folha de pagamento ajudaram a manter essa carga elevada neste ano.

Para onde vai o salário? 

A maior parte da carga tributária vem dos impostos sobre o consumo, como os cobrados em produtos e serviços. O IBPT afirma que eles representam 22,73% da renda dos brasileiros, o que equivale a 83 dias de trabalho no ano.

Os impostos sobre a renda, como o Imposto de Renda Pessoa Física, exige 15,06% da renda do brasileiro, ou 55 dias de trabalho. 

Já os tributos sobre o patrimônio, como IPTU, IPVA e ITBI, representam 3,03%, o que significa 11 dias de trabalho. 

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Somando tudo, a carga tributária do Brasil chega aos 40,82% da renda do cidadão, ou 149 dias do ano, ou quase cinco meses inteiros de trabalho.

O estudo do IBPT também mostra que a situação varia conforme a renda. Foram consideradas três faixas de renda – até R$ 3.000, entre R$ 3.000 e R$ 10.000, e acima de R$ 10.000 mensais – e calculada a ponderação da carga tributária incidente sobre renda, consumo e patrimônio.

A base de cálculo abrange o período entre maio de 2024 e abril de 2025, incluindo tributos federais, estaduais e municipais, como IRPF, INSS, ICMS, IPI, ISS, IPVA, IPTU, taxas diversas e contribuições. 

Aumento ao longo dos anos

O histórico do estudo do IBPT mostra que a situação dos impostos no Brasil só piorou com o tempo. 

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Em 1970, o brasileiro trabalhava, em média, 76 dias por ano para pagar tributos. Nos anos 2000, essa média aumentou para 138 dias; e nesta década, a média já chegou a 153 dias.

“Hoje, trabalhamos mais que o dobro do que se trabalhava nos anos 70 só para sustentar o governo”, afirma João Eloi Olenike, presidente executivo do IBPT.

Histórico dos dias trabalhados para pagar impostos 

AnoPercentual da renda para pagar tributosNúmero de dias trabalhados para pagar impostos
2003  36,98%  135
2004  37,81%  138
2005  38,35%  140
2006  39,72%  145
2007  40,01%  146
2008  40,51%  148
2009  40,15%  147
2010  40,54%  148
2011  40,82%  149
2012  40,98%  150
2013  41,10%  151
2014  41,37%  151
2015  41,37%  153
2016  41,80%  153
2017  41,80%  153
2018  41,80%  153
2019  41,80%  153
2020  41,25%  151
2021  40,82%  149
2022  40,82%  149
2023  40,27%  147
2024  40,71%  149
202540,82%149
Fonte: IBPT

Imposto do Brasil vs. imposto no mundo

O IBPT também comparou o Brasil com outros países. Ao transformar a carga tributária em dias de trabalho, o Brasil aparece na 14ª posição entre os países da OCDE, com 122 dias, ficando atrás de países como Alemanha (143 dias), Itália (151) e Dinamarca (153).

Entretanto, quando se olha para os pares da América do Sul, o Estado brasileiro cobra muito mais dos seus cidadãos. Na Argentina, são necessários 106 dias de trabalho. No Chile, 87 dias. Uruguai, 99. 

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Segundo o IBPT, o problema da carga tributária do Brasil estar mais próxima de países desenvolvidos do que seus pares emergentes é a entrega dos serviços públicos que não atendem em qualidade. 

“O Brasil cobra como país rico, mas entrega serviços de país pobre”, diz Olenike. 

Nesta quinta-feira (29), o Impostômetro, que calcula em tempo real o volume de arrecadação de impostos, taxas e contribuições dos brasileiros, já bateu em R$ 1,636 trilhão.

Outro estudo do IBPT, o Índice de Retorno ao Bem Estar da Sociedade, aponta que o Brasil está entre os 30 países de maior carga tributária no mundo, e é o que oferece o pior retorno à sua população. 

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O levantamento avalia o volume de arrecadação em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em 2024, o levantamento mostrou que o Brasil estava em 30º lugar, atrás do Uruguai (9º) e da Argentina (22º). O Chile nem aparece no ranking devido à carga tributária mais baixa.

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