Quando as placas tectônicas se movem, essa interação pode provocar terremotos. Mas quando o assunto é investimento, o tremor pode se transformar em oportunidade — e é por isso, por exemplo, que a Empiricus Research tirou Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3) da carteira de setembro.
No lugar, a casa colocou ações com chance de retorno maior aos acionistas: Prio (PRIO3) e Equatorial (EQTL3). Energisa (ENGI11), Suzano (SUZB3), Itaú (ITUB4), Iguatemi (IGTI11), Porto (PSSA3), Localiza (RENT3), Cosan (CSNA3) e Grupo SBF (SBFG3) seguem nas dez ideias para o mês.
Segundo a Empiricus, o enfraquecimento inesperado no mercado de trabalho norte-americano e a mudança no tom do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, colocaram os cortes de juros nos EUA neste mês como cenário-base, o que pode intensificar o fluxo para ativos emergentes.
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O banco central norte-americano se reúne nos dias 16 e 17 e a expectativa do mercado é de um afrouxamento monetário de 0,25 ponto percentual (pp), o que colocaria os juros na faixa entre 4,00% e 4,25% ao ano. Desde dezembro do ano passado as taxas seguem inalteradas por lá.
“No Brasil, os dados mais recentes reforçam a tese de pouso suave, com inflação e expectativas em queda, crédito desacelerando e arrefecimento do emprego — um pano de fundo que pode antecipar o ciclo de cortes da Selic ainda em 2025”, diz a analista Larissa Quaresma.
Por que tirar Petrobras e Eletrobras da carteira de setembro?
A Empiricus destaca que manteve alocação setorial com viés de sensibilidade aos juros, realizando ajustes táticos na carteira de setembro.
"Substituímos Petrobras por Prio, que caiu 10% em agosto e negocia a 5,2x o lucro estimado de 2026, e trocamos Eletrobras por Equatorial, que ficou para trás entre os pares e apresenta TIR [taxa interna de retorno] real atrativa", diz Quaresma.
Em agosto, a carteira 10 Ideias da Empiricus apresentou alta de 5,8%, enquanto o Ibovespa subiu 6,3%. Você pode conferir aqui os melhores investimentos de agosto.
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Segundo a analista, o Ibovespa vem reagindo positivamente, mas os múltiplos ainda seguem descontados frente à média histórica, abrindo espaço para valorização adicional com a realização dos gatilhos.
Quaresma chama atenção ainda para o front corporativo, com os balanços do segundo trimestre superando as expectativas, especialmente entre as varejistas — um sinal, de acordo com a analista, de que os lucros seguem crescendo mesmo sob juros elevados.
“O bom desempenho operacional, somado ao alívio monetário esperado, favorece o investimento em ações brasileiras. Os riscos persistem, mas a tese segue sólida”, afirma.