Uma das maiores gestoras independentes do país e com um passado recente polêmico, a Reag Investimentos oficialmente trocou de mãos. A empresa anunciou na última terça-feira (14) que concluiu a venda do controle para a Arandu Partners, uma holding formada pelos principais executivos da companhia.
Com isso, a Arandu adquiriu aproximadamente 87,4% do capital total e votante da gestora.
A mudança ocorre menos de dois meses depois de a gestora fundada por João Carlos Mansur ter sido envolvida em um escândalo de grandes proporções: a Operação Carbono Oculto. A operação investigou o envolvimento de agentes da Faria Lima com o crime organizado e gerou grande repercussão no mercado.
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Segundo o fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Arandu “acredita que a concretização da operação permitirá a adequada continuidade dos negócios da companhia, resguardando o interesse social no longo prazo”.
O acordo prevê o pagamento de aproximadamente R$ 100 milhões para quitar dívidas de aquisições anteriores de subsidiárias diretas ou indiretas da companhia. O negócio também estipula pagamentos contingentes de 5% da receita líquida mensal por 60 meses.
OPA e o que mais vem pela frente na Reag Investimentos
Com a mudança de comando, a Reag deixa de ser parte do Grupo Reag, e os novos donos já sinalizam os próximos passos.
Em breve, a Arandu deverá fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) pelas ações dos acionistas minoritários. Embora os detalhes sobre a OPA ainda não tenham sido divulgados, a Arandu afirmou que as informações serão “divulgadas oportunamente” ao mercado.
Agora à frente da Reag, a Arandu afirmou que continuará com a estratégia de atuar como uma holding de gestoras de recursos de terceiros.
Além disso, os novos controladores planejam, dentro de um ano, o cancelamento do registro de companhia aberta da Reag.
A Reag também planeja convocar uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir mudanças no nome da companhia. As controladas da empresa também já deram início ao processo de rebranding.
A mudança de controle na Reag vem após a empresa ser diretamente afetada pela Operação Carbono Oculto. Em agosto, a Polícia Federal mirou a Reag como supostamente parte de um megaesquema de lavagem de dinheiro, que teria envolvido R$ 23 bilhões em transações ilícitas.
O coração dessa operação estava nas fintechs, corretoras e gestoras de investimentos, que se tornaram peças-chave no esquema. Segundo as autoridades, as fintechs se transformaram em uma espécie de “banco paralelo invisível” para o PCC.
Agora, com a mudança de controle e as medidas que estão sendo tomadas pela Arandu, a Reag busca superar a crise e reestruturar as operações, tentando se distanciar das polêmicas que marcaram seu nome nos últimos meses.