As ações da Raízen (RAIZ4) recuavam 2,27% por volta das 16h20 desta sexta-feira (10), negociadas por R$ 0,86. No fechamento, a queda era de 1,14%, a R$ 0,87. No acumulado de 2025, o papel derrete 59,62%.
De acordo com o Broadcast, os títulos de dívida da companhia emitidos no exterior (bonds) recuaram a patamares que chamam a atenção dos investidores — e as justificativas para o movimento são de percepção de que a empresa está queimando caixa rapidamente.
Além disso, a visão é de que o aporte de R$ 10 bilhões feito na Cosan (CSAN3) pode não ser suficiente para resolver todos os problemas do conglomerado de Rubens Ometto.
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Segundo o Valor, ao menos um grande investidor desmontou posição em títulos de dívida externa da Raízen.
Outro fator que também está fazendo preço nos papéis da Raízen é a aversão ao risco do mercado, como efeito direto do temor de contaminação pelos problemas da Braskem (BRKM5), que estão com os preços dos bonds pressionados.
A perspectiva de a Ambipar (AMBP3) pedir recuperação judicial em breve também impacta o mercado de crédito.
“A máxima: too big to fail talvez não seja mais verdadeira”, disse um operador desses papéis.
De acordo com fontes do mercado, o papel com vencimento em 2054 da Raízen caiu 20% em relação ao fechamento de ontem e 30% frente ao de quarta-feira, negociado há pouco a 62,875% do valor de face.
Nesse preço, o retorno ao investidor supera 11%, o qual normalmente é oferecido por bonds que estão na categoria distress, ou seja, oferecem risco de calote, disse uma fonte.
O diretor financeiro (CFO) da Cosan disse, em coletiva sobre o anúncio do aporte na holding, que os recursos da transação serão totalmente alocados para fortalecer a estrutura de capital da Cosan e não serão utilizados para capitalizar a Raízen.
Porém, o mercado especula que eventualmente a matriz possa injetar alguma liquidez na Raízen em meio à queima de caixa acelerada e à estrutura de dívida muito alavancada da companhia.
*Com informações do Broadcast e Valor