Os investidores de uma das maiores "vacas leiteiras" da B3 devem vivenciar um período de "seca" de dividendos nos próximos meses. O Banco do Brasil (BBAS3) avisou na última quarta-feira (20) que descartou os planos de um pagamento antecipado de proventos aos acionistas.
De acordo com o fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão foi motivada pela “necessidade de convergência” para a nova política de distribuição (payout) de dividendos.
Em vez disso, os acionistas devem receber o pagamento integral dos dividendos do terceiro trimestre de 2025 (3T25) no dia 11 de dezembro.
Ou seja, o BB não seguirá a prática de antecipar os proventos, como aconteceu em trimestres anteriores.
Por que o Banco do Brasil não vai mais antecipar dividendos?
O Banco do Brasil afirmou ao Seu Dinheiro que o ajuste no fluxo de pagamentos é necessário para a adaptação ao novo payout, que foi anunciado junto ao balanço do segundo trimestre.
Para 2025, o banco reduziu o payout de dividendos, passando da faixa de 40% a 45% para 30% do lucro.
No entanto, o BB destaca que já desembolsou cerca de R$ 3,3 bilhões em dividendos — ou R$ 0,573 por ação — aos acionistas até agora, o que corresponde a um payout de 34% até o momento.
Isso ajuda a justificar a decisão de não realizar um pagamento antecipado na próxima rodada de resultados, de acordo com a instituição.
O banco também afirma que a distribuição de proventos até agora é uma "demonstração do compromisso com os investidores".
O balanço do BB no 2T25
Além da redução no pagamento de dividendos, o balanço do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025 (2T25) trouxe números aquém das já baixas expectativas do mercado, com tombo no lucro e o pior nível de rentabilidade (ROE) em décadas.
As principais causas da queda dos resultados foram os impactos do agronegócio, da inadimplência crescente e das provisões mais altas, que pressionaram ainda mais o BB.
Você confere aqui a avaliação do mercado sobre o balanço do Banco do Brasil no 2T25.
A CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, alertou que o terceiro trimestre de 2025 também será difícil, devido ao vencimento de operações no setor do agronegócio.
No entanto, ela sinalizou uma pitada de otimismo para o quarto trimestre, com a expectativa de que o banco comece a dar sinais de recuperação, com a retomada do crescimento da rentabilidade prevista para 2026.