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Petrobras (PETR4) deve entregar lucro no segundo trimestre, mas dividendos podem secar; saiba quanto a estatal deve pagar agora

Fachada da sede da Petrobras (PETR3; PETR4)

Fachada da sede da Petrobras (PETR3; PETR4)

A Petrobras (PETR4) teve uma boa performance operacional no segundo trimestre na avaliação do mercado e, por isso, deve conseguir reverter o prejuízo registrado entre abril e junho do ano passado em lucro. No entanto, riscos regulatórios e o cenário macroeconômico podem afetar o pagamento de dividendos da petroleira. 

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“Apesar da queda do petróleo no trimestre por conta dos receios envolvendo as tarifas, a Petrobras entregou bom aumento de produção, que deve ajudar a compensar parte da piora de preços, disse o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria. 

O desempenho operacional da companhia no período foi marcado por crescimento sequencial da produção, com destaque para a alta de 4,8% na produção doméstica de petróleo em relação ao trimestre anterior, totalizando 2,32 milhões de barris por dia (bpd). No pré-sal, a produção foi de 1,974 milhão bpd, avanço de 6,5% na base trimestral. Você pode conferir aqui os detalhes do relatório operacional do segundo trimestre.

Com base nesses dados, a Bloomberg colheu as projeções para o resultado financeiro da Petrobras no segundo trimestre, que será divulgado na noite desta quinta-feira (7). O compilado mostra que a estatal deve ter lucro líquido de R$ 20,172 bilhões entre abril e junho deste ano, revertendo um prejuízo de R$ 2,605 bilhões no mesmo período do ano anterior. 

O resultado, no entanto, se confirmado, representa uma queda de 42,7% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Confira abaixo as estimativas:

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Em reaisVariação anualVariação trimestralEm dólaresVariação anualVariação trimestral 
Lucro líquido20,172 bilhões  -*-42,70%3,628 bilhões -*-39,30%
Receita113,969 bilhões-6,80%-7,45%20,362 bilhões-13,20%-3,30%
Ebitda56,735 bilhões 14%-7,12%10,136 bilhões5,30%2,90%
*Na comparação anual, a Petrobras reverte prejuízo em lucro. Fonte: Bloomberg

A Petrobras vai pagar dividendos?

Além dos resultados financeiros, a grande expectativa dos investidores — e também do governo — é o pagamento de dividendos pela Petrobras.

Nesta quinta-feira (7), a petroleira deve anunciar outra distribuição, mas quem estiver esperando proventos fartos, pode se decepcionar.

Com base em um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado de US$ 9,9 bilhões, uma margem de 49% e um lucro líquido de US$ 3,6 bilhões para o segundo trimestre, o Safra estima dividendos ordinários de US$ 2,2 bilhões.

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No primeiro trimestre, a Petrobras anunciou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 11,72 bilhões — deste total, 28,67% ficou com o governo federal. Em 2024, a estatal distribuiu um total de R$ 75,8 bilhões aos acionistas. 

A previsão de Ebitda do Santander também é de US$ 9,9 bilhões. O banco diz que o resultado deve ser pressionado por preços do petróleo mais baixos e perdas com estoques, e apenas parcialmente compensada pela redução no custo de extração, margens melhores de diesel e leve melhora em Gás & Energia.

O fluxo de caixa livre (FCF) estimado pelo Santander é de US$4,6 bilhões, com dividendos de US$ 2,1 bilhões (yield trimestral de 2,5%). 

O Goldman Sachs também está no grupo das projeções de US$ 9,9 bilhões de Ebitda no segundo trimestre e de um anúncio potencial de US$ 2,2 bilhões em dividendos ordinários.

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Já a XP Investimentos prevê que o Ebitda da Petrobras deve chegar a US$ 10,5 bilhões; o lucro líquido esperado é de US$ 4,8 bilhões e o fluxo de caixa do acionista estimado é de US$ 2,6 bilhões. A corretora também projeta US$ 2,2 bilhões em proventos. 

O analista da Ativa Investimento Ilan Arbetman espera R$ 1,00 por ação em dividendos regulares, o que representa 3,1% de yield.

Compra ou vender ações da Petrobras

Logo depois da divulgação do relatório operacional do segundo trimestre, os bancos e corretoras revisitaram a recomendação para as ações da Petrobras — PETR3 e PETR4 acumulam perdas de 6% no ano. 

Em perspectiva de um balanço "mais apertado" e incertezas sobre investimentos futuros, o Santander manteve a visão neutra para Petrobras. O banco tem preço-alvo de US$ 13 para os ADRs e R$ 38 para as ações ordinárias (PETR3), no aguardo de revisões do plano de negócios no último trimestre.

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Na mesma linha, o Bank of America (BofA) e o Citi mantiveram recomendação neutra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 34 e R$ 35, respectivamente. 

Vale lembrar que as ações PETR4 fecharam a quarta-feira (6) cotadas a R$ 35,36 (-0,23%), enquanto PETR3 terminou o dia valendo R$ 32,25 (+0,12%). 

O Goldman Sachs, por sua vez, tem recomendação de compra para as ações da Petrobras. O preço-alvo para os papéis ordinários (PETR3) é de R$ 37,0 e de R$ 35,10 para as ações preferenciais.

O Safra também manteve a recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações PETR4. O preço-alvo é de R$ 43.

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Hungria, da Empiricus, diz que negociando por apenas 4x lucros e um dividend yield acima de 10%, a Petrobras segue como recomendação em diversas carteiras da casa. 

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