A Pague Menos (PGMN3) está considerando realizar uma oferta pública de ações no valor de R$ 250 milhões, conforme divulgado em fato relevante nesta segunda-feira (15).
A operação incluirá dois tipos de oferta: uma primária — com a emissão de novas ações pela companhia para direcionar os recursos para o caixa da empresa — e uma secundária, na qual fundos de investimentos da General Atlantic venderão parte de sua participação na rede. Se concretizada, a operação será destinada exclusivamente a investidores profissionais, com esforços de colocação também no exterior.
Para viabilizar a operação, a Pague Menos contratou Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco BBI e XP Investimentos como assessores financeiros. A empresa esclareceu ainda que, caso a oferta seja realizada, seus acionistas terão direito de prioridade para subscrever as novas ações. A concretização da oferta dependerá das condições de mercado, das aprovações regulatórias e do interesse dos investidores.
Junto com o anúncio da potencial oferta, a companhia comunicou a suspensão de suas projeções financeiras (guidance). A medida, segundo a empresa, visa alinhar sua política de divulgação de previsões com os procedimentos adotados pelos auditores e consultores para esse tipo de transação.
- LEIA TAMBÉM: Conheça as análises da research mais premiada da América Latina: veja como acessar os relatórios do BTG Pactual gratuitamente com a cortesia do Seu Dinheiro
Por que a Pague Menos avalia follow-on?
De acordo com o JP Morgan, o motivo que explica a possível oferta de ações é o nível de endividamento da empresa, que segue sendo um entrave à geração de fluxo de caixa livre (FCF) e à aceleração da abertura de lojas, mesmo após as melhorias significativas nos resultados operacionais decorrentes da integração da Extrafarma, adquirida em 2021, e da recuperação geral.
“Um aumento de capital não chega como surpresa, especialmente considerando que a empresa pretende acelerar a expansão de suas lojas”, escrevem os analistas do banco.
- Cabe lembrar que a rede de farmácias encerrou o segundo trimestre de 2025 com uma dívida líquida de R$ 1,8 bilhão e alavancagem de 2,6 vezes a relação entre a dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Mas o JP Morgan não acredita que o follow-on será transformacional para a companhia. “Supondo que a transação ocorra com um desconto limitado em relação ao preço de mercado, ela seria, no melhor dos cenários, neutra para o lucro por ação (EPS) de 2026. Dito isso, acreditamos que as ações da Pague Menos deverão estar sob pressão após o anúncio”, diz o relatório.
O banco tem recomendação “underweight” para os papéis. Ou seja, o esperado é que os papéis performem abaixo da média.