A Minerva (BEEF3) decidiu reorganizar seu balanço contábil. O Conselho de Administração da empresa aprovou uma proposta para reduzir o capital social em R$ 577,3 milhões, com o objetivo de absorver prejuízos acumulados até o fim de 2024.
A medida não cancela ações nem devolve dinheiro aos acionistas. Trata-se de um ajuste contábil, permitido pela Lei das S.A., para limpar o passivo acumulado no balanço da empresa.
Com a operação, o capital social da Minerva cairá de R$ 3,68 bilhões para R$ 3,10 bilhões, mas o número total de ações ordinárias permanece o mesmo: 994.489.382 papéis.
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Muda algo para o investidor da Minerva?
Na prática, nada muda para quem já é acionista.
A quantidade de ações não se altera, e a redução de capital não representa um reembolso ou dividendo. O objetivo da operação é contábil: a empresa utiliza parte do capital registrado para zerar prejuízos anteriores.
A proposta ainda será votada na Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
No entanto, como a redução é justificada por prejuízos acumulados, a companhia não precisa abrir prazo de 60 dias para oposição de credores — a operação terá efeito imediato.
Prejuízo no passado, lucro no presente
A Minerva registrou um lucro líquido de R$ 458,3 milhões no segundo trimestre de 2025, um salto de 380,2% frente ao mesmo período de 2024. Em balanço divulgado na quarta-feira (6), a administração afirmou se tratar do maior patamar trimestral da história da companhia.
O número veio muito acima do esperado pelos analistas, segundo as estimativas compiladas pela LSEG. A média apontava para um lucro líquido de R$ 175 milhões para a exportadora de carne bovina no período.
Receita líquida e Ebitda também foram recordes, segundo a Minerva, totalizando R$ 13,9 bilhões e R$ 1,3 bilhão, respectivamente.
A Minerva destacou que o desempenho reflete uma boa combinação entre volume de vendas, preços e controle de custos. Segundo a empresa, o avanço contínuo da integração das unidades adquiridas, com captura de sinergias, tem ajudado a impulsionar a rentabilidade.
No Brasil, os ativos — que são cabeças de gado — registraram um aumento de 128,6% na receita e de 62,5% no volume de vendas em comparação com o último trimestre. Na Argentina, a receita totalizou R$ 255,8 milhões e o volume, 18,3 mil toneladas.
A performance dos ativos no segundo trimestre alcançou uma receita bruta de aproximadamente R$ 3 bilhões, segundo o balanço, o que representa um crescimento de 103,6% ante o trimestre anterior.
As ações BEEF3 abriram com alta na B3, de 0,76% às 10h36 (horário de Brasília), avaliadas em R$ 5,29.