Elon Musk mergulhou de cabeça no governo de Donald Trump. À frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), ele chamou para si a missão de reduzir significativamente os gastos federais — mas não perdeu o foco em colocar mais bilhões no bolso.
Prova disso é que a xAI, startup de inteligência artificial (IA) de Musk está em busca de novos financiamentos que podem levar a empresa aos US$ 120 bilhões em valor de mercado. Há um mês, essa cifra não passava de US$ 80 bilhões.
Embora as negociações estejam em estágio inicial, investidores estão discutindo colocar US$ 20 bilhões no negócio. Se concretizado, o aporte seria o segundo maior da história de uma startup, segundo a PitchBook, ficando atrás apenas dos US$ 40 bilhões levantados pela OpenIA, criadora do ChatGPT.
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Vale lembrar que, em março, Musk anunciou a venda do X (antigo Twitter) para a xAI. O acordo, envolvendo apenas ações, avaliou a xAI em US$ 80 bilhões e a X em US$ 33 bilhões, de acordo com o próprio Musk. A avaliação anterior da xAI, obtida em uma rodada de captação de recursos em dezembro, era de cerca de US$ 40 bilhões.
Embora a Tesla, fabricante de carros elétricos de Musk, tenha enfrentado dificuldades recentemente no mercado, as avaliações das empresas do bilionário que não têm capital aberto seguem em alta.
Um exemplo disso é a SpaceX, empresa de foguetes que se tornou a startup mais valiosa do mundo após uma transação no ano passado que avaliou o negócio em US$ 350 bilhões.
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O obstáculo para Musk é outro
O maior obstáculo para a mais nova empreitada de Musk é a falta de entusiasmo dos investidores por empresas de inteligência artificial, que vem diminuindo desde o final do ano passado — muitas delas, inclusive, acabaram sendo incorporadas por gigantes como Microsoft e Google.
A xAI é uma das poucas que tenta navegar contra essa maré de baixo interesse na busca de dezenas de bilhões de dólares em financiamento para continuar a desenvolver de tecnologia de IA.
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Alguns especialistas dizem, no entanto, que a grana que Musk pretende conseguir pode ser usada também para amortizar parte da dívida que ele contraiu quando comprou o Twitter, plataforma de mensagens rebatizada por ele como X.
Essa dívida é um peso para o X. Só em março, a plataforma pagou US$ 200 milhões em custos de serviço da dívida relacionados à aquisição, segundo fontes próximas do assunto. No fim de 2024, a despesa anual com juros superava US$ 1,3 bilhão.
*Com informações do New York Times e de O Globo