A corrida do e-commerce no Brasil está cada vez mais acirrada e, apesar de o setor ainda ter espaço para ampliar o crescimento, a disputa ficará entre três grandes players, segundo o UBS BB.
Em relatório, o banco indica como destaques do segmento: Mercado Livre (MELI34), com 40% do market share; Shopee, que detém 15%; Magazine Luiza (MGLU3), com 13%; e Amazon, com 11%.
Porém, os dias do Magalu neste pódio estão chegando ao fim. A empresa está começando a comer poeira e deve perder posição no mercado de e-commerce para a Amazon, de acordo com o UBS BB.
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Os detalhes que empurram o Magalu para fora do pódio
A companhia brasileira vem perdendo o fôlego por conta da concorrência, que está cada vez mais intensa, e da pressão sobre os preços nos produtos, na visão do banco.
Vale lembrar que, nos últimos meses, o Mercado Livre, a Shopee e a Amazon vêm adotando estratégias agressivas para manter o reinado no segmento por meio da redução dos valores de frete e dos custos de logística, além de realizar uma série de promoções.
Apesar de o Magazine Luiza também apostar nas ofertas, o aumento do volume de vendas da companhia é modesto em comparação às concorrentes.
Enquanto a varejista brasileira teve um crescimento estimado em 1% no último ano, o Mercado Livre avançou 33%. Já a Shopee expandiu o volume de vendas em 53%, e a Amazon, em 12%.
A forte atuação do Magalu na linha branca — eletrodomésticos considerados essenciais, mas que costumam ter longa duração — e nos eletrônicos também pesam na conta. Isso porque, segundo o UBS BB, esses setores vêm perdendo espaço no mercado.
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Promoção atrás de promoção: o fortalecimento do top 3 do e-commerce
Ao que tudo indica, quem vai sair ganhando na disputa é o Meli. O banco espera que o e-commerce no Brasil ficará ainda mais concentrado, com os principais players ultrapassando a fatia atual de 81% do mercado, com a companhia argentina “emergindo ainda mais forte”.
“O mercado parece estar se polarizando em direção a poucos líderes da indústria, especialmente entre Mercado Livre, Shopee e Amazon, com o ambiente competitivo se tornando mais acirrado”, afirmam os analistas.
A liderança da companhia argentina vem na esteira de investimentos robustos no país, de R$ 34 bilhões, focado em logística, tecnologia, entretenimento, marketing e pessoal. Além disso, o Mercado Livre busca atingir 27 centros de distribuição no Brasil até o fim do ano.
Já a estratégia de diminuir o limite de frete grátis coloca a empresa na competição de vendas em categorias de menor valor, na qual a Shopee e a Temu costumam brilhar.
A redução vem mostrando impactos positivos nas vendas, com volumes crescendo 131% no Norte e 109% no Nordeste em um dia, de acordo com o relatório.
O segundo lugar na corrida do e-commerce no Brasil deve ficar com a Shopee, na visão do banco. A companhia chinesa encontrou solo fértil no país e avançou rapidamente para o pódio de maiores empresas.
A Shopee segue investindo significativamente na expansão e melhoria da operação logística, o que inclui a triplicação do Centro de Distribuição no Rio de Janeiro e o lançamento de 2 mil pontos de retirada em 2025.
A plataforma também aposta nas promoções — como o aniversário da Shopee em julho — e mantém o frete grátis para compras acima de R$19.
Já a Amazon deve ocupar o terceiro lugar. Segundo o UBS BB, a companhia de Jeff Bezos vem avançando progressivamente no e-commerce brasileiro.
O e-commerce no Brasil hoje
De acordo com o relatório, a corrida do e-commerce ainda tem um longo percurso pela frente. Isso porque, apesar de um aumento expressivo no segmento, o mercado brasileiro ainda tem espaço para crescer.
O UBS BB estima que o volume total de vendas do setor atingiu R$349 bilhões em 2024. Já para 2025, a instituição projeta que o e-commerce cresça para R$ 409 bilhões.
O segmento deve ser impulsionado especialmente pelo fortalecimento do ambiente on-line nos próximos anos. Desde 2019, durante a pandemia do novo coronavírus, até 2024, o banco calcula que a presença do comércio no digital subiu de 6,6% para 12,7%.
Para 2028, o UBS BB projeta que a atuação atinja 17,4%, enquanto o volume total de vendas deve atingir R$ 590 bilhões.
Segundo o relatório, o ambiente digital brasileiro será favorecido por uma melhora nos serviços logísticos, uma maior digitalização dos clientes e pelo desenvolvimento de fontes de receita paralelas — como pagamentos, crédito e anúncios — e pelo avanço em categorias ainda pouco exploradas.