O Grupo Toky (TOKY3), antiga Mobly, informou nesta quarta-feira (30) que recebeu uma comunicação da home24 sobre a venda de uma parte significativa de sua participação acionária na companhia.
A principal acionista da companhia se comprometeu a vender 52.482.042 ações ordinárias do Grupo Toky, aproximadamente 42,75% do total de papéis emitidos pela empresa, de acordo com documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além disso, a home24 ainda informou ao Grupo Toky que está em processo de se desfazer de outras 2 milhões de ações da companhia. A intenção é não manter mais participação na empresa após a conclusão das vendas.
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Apesar de o fato relevante não indicar quem são os compradores, segundo o portal Pipeline, a compra das ações da home24 foi realizada por duas partes.
A primeira delas seria um grupo de gestoras, com a GTF Capital, de Rafael Ferri, à frente do negócio. O restante ficaria por conta da Latache e DSK, com a Quartzo, de Daniel Alberini, segundo o Pipeline.
Ainda segundo o portal, na última segunda-feira (28), havia sido informado que Santander e Bradesco, credores da Mobly, sinalizaram que poderiam aprovar um waiver (uma renúncia temporária ou parcial de termos de um acordo) caso houvesse troca de controle na companhia.
No pregão de hoje, os papéis do Grupo Toky encerraram o dia com alta de 10%, a R$ 0,99.
Toky já chegou a acusar a home24 de irregularidades
No primeiro semestre deste ano, a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok — empresa adquirida pela então Mobly — tentou tomar o controle da companhia por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA) com preço abaixo do preço de mercado da ação MBLY3, à época.
A administração da hoje Toky recomendou aos acionistas rejeitar a oferta por uma série de motivos, entre eles a alegação de que, após investigação interna, a companhia apurou indícios de coordenação não divulgada ao mercado entre membros da família Dubrule e a home24.
Segundo a acusação da administração, haveria uma coordenação para a família Dubrule adquirir ações da home24 em condições diferentes daquelas apresentadas na OPA aos demais acionistas, além de uma ação coordenada entre ambas para excluir a cláusula de poison pill do estatuto social da companhia, uma das pré-condições para a realização da OPA, rejeitada pelos acionistas.
Ambas as ações configurariam irregularidades perante as regras estabelecidas pela CVM e poderiam acarretar o cancelamento da OPA. A administração da Mobly inclusive fez uma denúncia à autarquia a respeito. No fim das contas, a família Dubrule desistiu da oferta.
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