Parece que a dança das cadeiras na liderança do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) ainda não acabou. Na tarde desta quarta-feira (22), a companhia informou ao mercado a renúncia de Marcelo Pimentel dos cargos de CEO e de membro do conselho de administração. As ações da empresa chegaram a saltar 3% no Ibovespa após o anúncio e entraram em leilão, mas perderam fôlego e fecharam o dia em queda.
Depois de subir 3,35% e atingir nova máxima aos R$ 3,70, os papéis perderam fôlego e acabaram encerrando a sessão com queda de 0,84%, cotados a R$ 3,55. Embora acumulem perda de 10,8% no mês, sobem 39,2% ano ano. O Ibovespa, por sua vez, subiu 0,55%, aos 144.872,79 pontos.
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O conselho de administração da varejista elegeu Rafael Russowsky para assumir o cargo interinamente, junto às funções de CFO (diretor financeiro) e diretor de Relações com Investidores que ele já exerce. Outros detalhes da eleição de um novo CEO não foram apresentados no fato relevante.
Mudança do Conselho de Administração que precedem a renúncia
No início de outubro de 2025, o GPA aprovou a destituição integral do antigo Conselho de Administração e elegeu novos nomes para compor a mesa. A chapa eleita conta com três representantes da família Coelho Diniz, atualmente a maior acionista do GPA: André Luiz Coelho Diniz, Luiz Henrique Cunha e Leandro Assis Campos.
O Casino, que detém a segunda maior fatia da varejista, também ficou com três representantes. Entre eles, Marcelo Ribeiro Pimentel, além de Christophe José Hidalgo, e Helene Esther Bitton. O restante dos nomes foi: Edson Ticle, Gustavo Lobato e Rodolfo Costa Francisco.
Consolidação da família Diniz como a maior acionista
No fim de agosto, a família composta por André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz elevou a participação para 24,6% do capital do GPA.
Em conjunto, a família Coelho Diniz se torna a maior acionista do GPA, superando a empresa francesa Segisor, que tem pouco mais de 20% do capital. A Segisor se tornou acionista após reorganização societária realizada em 2015 pela Casino, antiga controladora do Grupo Pão de Açúcar.
Vale pontuar que o sobrenome Diniz não tem relação com o empresário falecido Abílio Diniz, que popularizou a rede Pão de Açúcar no Brasil. A família Coelho Diniz é dona de uma rede de supermercados no interior de Minas Gerais, com mais de 20 lojas em operação.
Contexto da gestão e mudanças estruturais anteriores à renúncia
Antes da saída do CEO, estava havendo uma pressão pela redução de custos e ocorreu ainda a negação de uma capitalização, indicando o cenário turbulento no GPA.
No dia 19 de setembro, o Grupo Pão de Açúcar teve que prestar contas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), negando discussões sobre uma capitalização privada de R$ 500 milhões, que a imprensa noticiou que ocorreria após a assembleia de outubro.
Além disso, O GPA confirmou à CVM, em setembro, a existência de um projeto para reduzir o número de funcionários como parte de um plano de enxugamento de custos. Entre 1º de julho e 16 de setembro de 2025, ocorreu o desligamento de aproximadamente 730 funcionários.
*Com informações de Money Times